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Arcanjo paga fiança de R$ 80 mil; derruba prisão federal e fica a 1 passo da liberdade em MT

Ex-bicheiro já tem laudo psiquiátrico favorável a concessão do regime semiaberto; juiz de MT decide em janeiro

Um dos últimos entraves que impediam a transição do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro para o regime semiaberto foi derrubado. Preso desde 2003, o “ex-comendador” respondia a uma ação por crimes contra o sistema financeiro por conta da remessa ilegal de dinheiro para o Uruguai.

O juiz Paulo Cézar Alves Sodré, da Sétima Vara da Justiça Federal em Mato Grosso, estipulou uma fiança de R$ 80 mil, já paga, além de medidas como comparecimento mensal em juízo e o uso de tornozeleira eletrônica. Com isso, a punição relativa a este crime está extinta desde o último dia 25 de dezembro.

Porém, foram determinadas medidas cautelares. “Substituo a prisão preventiva por comparecimento mensal em juízo, monitoramento eletrônico e fiança, que fixo em R$ 80 mil. Determino a expedição de alvará de soltura, se por outro motivo não estiver preso o réu. Ressalto que a revogação se refere à prisão preventiva anteriormente decretada neste feito pelas razões acima expostas, e não a outros mandados prisionais que estejam em vigor em relação ao acusado João Arcanjo Ribeiro”, afirmou o magistrado.

Com isso, a transferência de Arcanjo para o regime semiaberto fica dependendo apenas da decisão do juiz Geraldo Fidélis, da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, que deve ocorrer logo após o fim do recesso forense, em 20 de janeiro. O magistrado determinou a realização de um exame psiquiátrico, onde a responsável pelo laudo, a psiquiatra Luisa Forte Stuchi, apontou que o bicheiro possui “baixo escore” de violência, reincidência e psicopatia, além de apontar que ele demonstrou ter estabelecido amadurecimento no tempo em que esteve preso.

No exame, Arcanjo reconheceu responder ações por vários crimes e afirma que quer recomeçar a vida. Segundo a psiquiatra, o bicheiro, preso no Uruguai em 2003 em decorrência da Operação Arca de Noé e transferido para um presídio federal em 2007, demonstra boa capacidade de frustração e fala sobre a reclusão sem se colocar como vítima.

Ela também destaca que o ex-bicheiro afirmou estar arrependido. Arcanjo responde pelos crimes de homicídio, lavagem de dinheiro, chefiar o jogo do bicho, além de contrabando e formação de quadrilha.

Dentre os mais marcantes, está o assassinato do jornalista Sávio Brandão. Ele já foi condenado a 82 anos e seis meses de prisão e está preso há quase 15 anos.

Em agosto deste ano, o "ex-comendador" voltou a cumprir pena na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. Ele, que passou cerca de 10 anos em presídios federais, retornou ao Estado por decisão do Tribunal de Justiça.

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