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Mato Grosso

Base de Taques assina CPI; investigação começa após eleição

Opositor, Zeca Viana alerta que comissão não pode se tornar "palanque eleitoreiro"

O deputado Zeca Viana (PDT-MT) cobrou os demais colegas para assinarem e criarem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, devido escuta ilegal feita pela cúpula da Polícia Militar (PM) do governo do Estado. Diversos processos do caso tramitam na esfera da Justiça.

Para evitar acusação de “palanque eleitoreiro”, o deputado propôs que a CPI passe a investigar o assunto após a eleição, em outubro ou novembro. Ele foi elogiado pela postura pelo vice-líder do governador Pedro Taques, deputado Wilson Santos, ambos PSDB, e demais parlamentares. Wilson e o líder do governo, Leonardo Albuquerque (PSD), são favoráveis à abertura da comissão. Wilson concordou “que toda a base do governo deve assinar a CPI”.

"O desembargador Orlando Perri estava no caminho pra botar a mão no governador, pra colocar o Pedro Taques lá junto aos primos dele", afirmou o deputado. "Esse processo da Grampolândia foi para o ministro Mauro Campbell e ele sentou em cima", revelou sobre bastidores do andamento processual. Taques fez um pedido de providências ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o caso, depois do desembargador Orlando Perri ter iniciado a investigação em Mato Grosso. Taques utilizou-se da sua prerrogativa de foro de função.

"Ele (Taques) é o chefão da Grampolândia, principalmente depois do depoimento do cabo Gerson. Já dissemos isso. Convoco os deputados. Temos que caminhar com a CPI", disse. Segundo Zeca Viana, a deputada Janaina Riva (MDB) deve apresentar o requerimento ainda nesta quarta-feira (1/8).

Sobre o caso

No fim de semana, o cabo Gerson Corrêa, um dos investigados e que teria comandado a escuta, disse em depoimento que o escândalo dos grampos foi um mecanismo ilegal montado por responsabilidade e a mando do ex-secretário Paulo Taques e do governador Pedro Taques.

As escutas ilegais pela PM de Mato Grosso vieram a público pelo próprio governo, em maio de 2017, com a demissão do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, e o programa Fantástico, da TV Globo. O caso já implicou militares da cúpula da PM na  ocasião em processos e prisões.

As escutas consistiam em um sistema chamado “barriga de aluguel”, em que foram incluídos números de telefones de outras pessoas junto a escutas autorizadas pela Justiça. Autoridades do Judiciário, do próprio Executivo, a deputada Janaina Riva (MDB), o jornalista José Marcondes Muvuca e outros cidadãos foram vítimas dos grampos do governo Taques.

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