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Empresa delatada por irmão de Silval tenta contrato milionário no Detran de SP

Acusada de pagar propina, EIG quer atuar no maior orgão do país

Citada na delação do irmão do ex-governador Silval Barbosa, Antônio Barbosa, acusada de pagar propina, a EIG Mercados Ltda (antiga FDL), de Brasília, se credenciou para atuar no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo. A empresa explora o serviço de registro de contratos de financiamento de veículos em Cuiabá.

Recentemente ela foi notificada pelo Tribunal de Contas do Estado para informar se se houve recolhimento de juros em referência ao atraso no repasse de tarifas ao próprio Detran sobre um serviço de registro de contratos de alienação fiduciária em veículos. A empresa, enquanto concessionária, tem o direito de explorar por 20 anos.

A determinação foi fruto de uma auditoria de conformidade da gestão 2016 do Detran-MT, assinada pelo relator Luiz Henrique Lima no último dia 14 de dezembro. De acordo com o levantamento, há divergência nas datas de pagamento na prestação de contas em comparação com os recursos disponibilizados ao Detran-MT. “O apontamento se refere a divergência entre a data de pagamento informada na prestação de contas da EIG Mercados Ltda. e a da efetiva disponibilidade do numerário ao Detran/MT nos meses de janeiro a julho de 2016, com exceção do mês de março”, diz um trecho da auditoria.

A EIG Mercados Ltda foi citada na delação da família Barbosa a Procuradoria Geral da República. Segundo Antônio Barbosa, o esquema ocorreu durante a gestão do ex-presidente Teodoro Moreira Lopes, o "Doia", e teria beneficiado os deputados estaduais além do ex-deputado federal Pedro Henry (PP). “Na reunião, foi explicado que uma empresa de Brasília (FDL) tinha a concessão, e repassava a propina através de uma empresa prestadora de serviços em Cuiabá, por meio de 'laranjas' dos políticos beneficiados pelo esquema”, disse.

Toninho Barbosa relatou aos procuradores federais que iniciou discutindo o esquema com o ex-deputado Pedro Henry. Pouco depois, começou o recebimento de propina. “Assim que aceitei receber os valores, após a reunião com o deputado federal Pedro Henry, recebi no primeiro mês a importância de R$ 100 mil, que se repetiu mais uma vez, no mês seguinte”.

A partir do terceiro mês, o empresário designou um "laranja" para receber a propina, que passou a ser de R$ 80 mil mensais. Os valores, segundo ele, foram destinados a pagar parte de uma fazenda do conselheiro afastado do Tribunal de Contas, Antônio Joaquim.

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