Mato Grosso teve alta de 12,7% no preço médio do etanol hidratado no acumulado de agosto na comparação com o mês anterior. O registro representou a maior elevação em todo o país. A partir disso, o preço médio do etanol entre 1º e 19 de agosto - período em que a pesquisa foi realizada - ficou em R$ 2,43 por litro no Estado.

Na prévia de agosto, o custo do etanol recuou apenas em Roraima (-2%) e em Tocantins (-2,3%). Entre todas as unidades federativas o aumento médio foi de 7,8%. Os números foram levantados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pelo AE-Taxas.

Apesar das elevações, os preços médios do bicombustível continuam competitivos com os da gasolina em Mato Grosso. Essa comparação considera que quando o litro do etanol está custando até 70% do preço da gasolina, o derivado da cana-de-açúcar e milho pode ser considerado vantajoso para o motorista.

No estado, o etanol tem sido vendido, em média, por 62,83% do preço da gasolina. Em São Paulo, segundo estado com melhor vantagem na comparação, a paridade está em 68,37%. Em Minas Gerais o etanol custa 70,08% do preço da gasolina e em Goiás a paridade é de 70,35%, ou seja, é praticamente indiferente o uso dos dois combustíveis nos veículos flex nesses estados.

Causas

As elevações aparecem quase um mês após o governo federal anunciar aumentos nas alíquotas do PIS e Cofins sobre a gasolina, diesel e etanol. Os novos preços afetaram toda a cadeia, de refinarias até consumidores. A questão tem gerado uma briga jurídica. Nesta segunda (21), uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) derrubou a quarta liminar que suspendia os aumentos.

De acordo com o governo, as alíquota subiram de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota passou de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota que antes era zerada, aumentou para R$ 0,1964.

O sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) foram duas entidades do Estado que criticaram as subidas de preço.