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Ex-primeira-dama de Cuiabá é suspeita de compartilhar grampos de deputada com colunistas sociais

Janaína Riva disse que foi alvo de campanha difamatória por conta de escutas ilegais

Virgínia Mendes, esposa do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), teria tido acesso as interceptações telefônicas ilegais promovidas contra a deputada estadual Janaína Riva (PMDB) e compartilhado seu conteúdo com colunistas sociais de Mato Grosso. A informação consta de um relatório das investigações sobre o inquérito policial conduzido pela Polícia Judiciária Civil (PJC) e que foi “avocado” pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques.

O documento aponta que a advogada Samira Martins, ex-esposa do governador Pedro Taques (PSDB), seria a autora do pedido da quebra do sigilo telefônico. Em depoimento à PJC, a própria Janaína Riva disse que utilizaram o conteúdo das conversas para difamá-la. As informações são do HiperNotícias.

“Foi assim que descobriram que eu estava com um ex-namorado, e a partir daí começaram a me difamar por aí, me chamando de vagabunda e ladra de namorados, fizeram ‘memes’ e tudo. Isso saía até nas colunas sociais”, diz o relatório.

O documento também aponta que o conteúdo das interceptações pode ter sido “comercializado”, hipótese que já tinha sido levantada pela delegada da PJC que presidiu o inquérito que tramitava no órgão, Ana Cristina Feldner. “A suspeita é que outras pessoas do meio social de Cuiabá e Mato Grosso também foram grampeadas e que o serviço foi cobrado”, conforme outro trecho do relatório.

Helen Christy Lesco, esposa do ex-secretário da Casa Militar, o coronel da PM Evandro Lesco, também seria a responsável pela solicitação da execução das quebras de sigilo.

Durante a deflagração da operação “Esdras” – ocorrida no dia 27 de setembro de 2017 e que, além do casal, prendeu os ex-secretários Paulo Taques (Casa Civil), e Rogers Jarbas (Segurança Pública) -, Samira Martins chegou a ser apontada pelo desembargador Orlando Perri, então relator no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) do inquérito que investigava os grampos, como uma pessoa que nutria “amizade estreita” com Helen Lesco.

Pedidos de busca e apreensão e de condução coercitiva chegaram a ser solicitados no âmbito da “Esdras”, porém, Orlando Perri negou a solicitação.

GRAMPOS

O caso dos grampos ilegais tornaram-se públicos após a veiculação de duas reportagens no Fantástico, da Rede Globo – em maio e julho de 2017.

Jornalistas, médicos, advogados, políticos e até uma ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, sofreram interceptações telefônicas clandestinas que teriam sido feitas por policiais militares. O caso é conhecido como “barriga de aluguel”, onde pessoas que não são investigadas ou denunciadas sofrem os grampos, em tese, por interesses pessoais, ao lado dos verdadeiros suspeitos de processos na Justiça ou investigações das forças de segurança.

Além do coronel PM Zaqueu Barbosa – preso 9 dias após a veiculação da reportagem no Fantástico, que foi ao ar em 14 de maio de 2017 -, o cabo PM Gerson Luiz Ferreira, acusado de ser o operador da central clandestina, também teve mandado de prisão cumprido.

Já na deflagração da operação “Esdras”, no dia 27 de setembro deste ano, foram presos a personal trainer Helen Christy Lesco, o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, além de coronel da PM, Airton Benedito Siqueira Junior, o também coronel da PM e ex-Chefe da Casa Militar, Evandro Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Rogers Jarbas, além do ex-secretário da Casa Civil, Paulo César Zamar Taques. Todos são acusados de obstrução à Justiça.

No dia 11 de outubro de 2017, o Ministro Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, “avocou” (reivindicou) os autos dos inquéritos que tramitavam em Mato Grosso para o órgão.

Página:

https://www.olharnoticias.com.br/noticia/mato-grosso/2017/10/27/ex-primeira-dama-de-cuiab--suspeita-de-compartilhar-grampos-de-deputada-com-colunistas-sociais/2172.html