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Mato Grosso

Frigoríficos reduzem abate e compra de animais

Ação seria reflexo da operação Carne Fraca, desencadeada pela Polícia Federal.

A suspensão da compra de animais para o abate por frigoríficos que atuam em Mato Grosso alerta cadeia produtiva do setor. Ação seria reflexo da operação Carne Fraca, desencadeada pela Polícia Federal na sexta-feira (17).

Segundo Luiz Antônio Freitas Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), a redução do abate é consequência natural do momento de instabilidade do mercado. Com a redução de vendas para o consumidor interno e também da redução nas exportações, é natural que a empresas reduzam os estoques.

Mas ressalta que a situação é preocupante e a falta de informações técnicas que tornem claro ao consumidor e até os empresárias as situações anunciadas durante a operação mantém a instabilidade em todo setor. Consequentemente toda cadeia produtiva é prejudicada.

A preocupação com os reflexos da operação na economia do estado também foi externada pelo deputado Wancley Carvalho (PV).

Reforçou que nesta terça (21), as unidades frigoríficas da JBS de Araputanga e Pontes e Lacerda suspenderam a compra de animais, como medida de precaução, devido a instabilidade do mercado.

Apesar de nenhuma unidade do estado ter sido alvo da investigação, o parlamentar prevê consequências econômicas a Mato Grosso, que detém o maior rebanho bovino do país, com mais de 30 milhões de cabeças de gado.

"Aqui na Assembleia represento os município da região oeste, que juntos possuem 20% do rebanho estadual; o agronegócio é responsável por 76% da economia de Mato Grosso. Essa operação dá um duro golpe num dos principais setores que movem a engrenagem econômica de MT. Somente em minha região, duas grandes unidades já suspenderam compra de animais", alertou o parlamentar.

Ainda segundo o deputado, apesar da investigação e a operação serem necessárias para manter a credibilidade de carne brasileira, os efeitos podem colocar em risco a base de sustentação econômica do estado.

Ontem (20), China, União Européia e Chile anunciaram restrições à carne brasileira. Hoje (21), Egito e Japão engrossaram a lista de países que suspenderam importação de carne brasileira.

"A decisão da suspensão de compra por parte de alguns países já começa afetar diretamente a produção mato-grossense. Além disso podemos ter um impacto negativo no mercado interno", finalizou o deputado, que é coordenador da Frente Oeste, frente parlamentar que defende e promove o desenvolvimento econômico e sustentável dos municípios do oeste mato-grossense.

Mato Grosso conta hoje com 24 frigoríficos com Selo de Inspeção Federal (SIF) em atividades.

Página:

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