Mato Grosso
Gasto com folha dobra em 5 anos e chega a R$ 6,5 bilhões em 2017 em MT
Leis aprovadas na gestão Silval e mantidas por Taques determinaram "explosão"
O governo do Estado gastou em 2017 o total de R$ 6,537 bilhões com a folha de pagamento dos servidores ativos e aposentados, o que corresponde ao dobro das somas dos últimos cinco anos. Ou seja, o valor mais elevado da história.
Os dados estão disponibilizados pela Controladoria Geral do Estado (CGE) no aplicativo “Mira Cidadão”. Em 2014, o vencimento dos servidores foi de R$ 4,669 bilhões.
O valor correspondeu a um aumento de R$ 740 milhões comparado aos 12 meses do ano anterior. Em 2013, penúltimo ano da gestão do ex-governador Silval Barbosa, Mato Grosso registrou gastos na ordem de R$ 3,929 bilhões com a folha de pagamento do funcionalismo público.
A partir daí, o gastou passou a ser crescente, muito em decorrência de leis de carreira aprovadas pela Assembleia Legislativa em 2014 e compromissos financeiros firmados com a gestão anterior com servidores públicos da educação e da Polícia Civil que tem benefícios concedidos pelos próximos anos. Em 2015, ano que marca o início da gestão do governador Pedro Taques (PSDB) e com as contas públicas já comprometidas por conta de leis de carreira aos servidores públicos, o pagamento com a folha salarial atingiu R$ 5,5 bilhões. Em 2016, saltou para R$ 6,453 bilhões.
Em 2017, os números ficaram praticamente estáveis, porém, com um aumento de R$ 84 milhões por conta de reajustes assegurados por lei ao funcionalismo público. No ano passado, somente com os inativos, o governo do Estado efetuou pagamentos na ordem de R$ 2,190 bilhões.
No período de 2011 a 2016, o Brasil registrou o pior índice econômico de sua história. O crescimento econômico do PIB (Produto Interno Bruto) durante a gestão da presidente da República Dilma Rousseff, destituída do cargo por meio de impeachment aprovado pelo Congresso Nacional em agosto de 2016, superou apenas os índices dos ex-presidentes Floriano Peixoto e Fernando Collor de Mello que assumiram o país em situações econômicas totalmente adversas.
O primeiro enfrentou duas guerras civis enquanto o segundo assumiu o país com índice de inflação superior a quatro dígitos. Em decorrência do desaquecimento da economia, os Estados passaram a receber menos recursos do FPE (Fundo de Participação dos Estados) em razão da baixa arrecadação de impostos oriundos do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) que incide na linha branca de eletrodomésticos e veículos adquiridos em concessionários bem como do IR (Imposto de Renda).
Somente em 2016, Mato Grosso perdeu R$ 750 milhões, o que corresponde a um mês de folha de pagamento no ano.
Página:
https://www.olharnoticias.com.br/noticia/mato-grosso/2018/03/17/gasto-com-folha-dobra-em-5-anos-e-chega-a-r-65-bilhes-em-2017-em-mt/3371.html