A juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, autorizou o ex-chefe de gabinete do deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB), Francisvaldo Mendes Pacheco, para frequentar a Maçonaria uma vez na semana. Na decisão, a magistrada ainda mantém as viagens semanais do acusado para o município de Sorriso. “Consigno que as autorizações para deslocamento à cidade de Sorriso/MT, às quintas-feiras, e a frequência à Loja Maçônica Poeta Fernando Pessoa, nas segundas-feiras, das 19:30hs às 23:00 horas, permanecem válidas, conforme decidido”, diz trecho de decisão publicada na última sexta-feira (4).

Francisvaldo Mendes, conhecido como “Dico”, teve prisão preventiva revogada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 15 de dezembro de 2016. Ele foi preso no dia 15 de outubro de 2016, em consequência da segunda fase da “Operação Ventríloquo”, intitulada “Filhos de Gepeto”.

Na decisão, a juíza ainda diz que o réu sempre que necessitar se ausentar de Cuiabá, deve comunicá-la com cinco dias de antecedência. “A fim de que a Central de Monitoração seja comunicada. Deverá, ainda, informar o local onde permanecerá recolhido no período noturno, eis que, mesmo em viagens, deverá cumprir as outras medidas fixadas”, explica.

Ainda insere que eventuais saídas de noite, e nos fins de semana e feriado, mesmo sendo em Cuiabá, deverão ser requeridas com antecedência e com as devidas justificativas para possíveis manifestação do Ministério Público Estadual. Esta é a segunda decisão favorável ao ex-chefe de gabinete.

Em dezembro passado ele teve o pedido de frequentar o município de Sorriso, onde tem uma empresa autorizado. No entanto, ele terá que apresentar documentos que provassem que ele possui mesmo o negócio.

OPERAÇÃO VENTRÍLOQUO

Francisvaldo Mendes foi preso pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) no dia 5 de outubro de 2016, quando foi deflagrada a segunda fase da Operação Ventríloquo. A suspeita é de que “Dico” tenha recebido R$ 306 mil no esquema criminoso.

As investigações do Gaeco apuram esquema de desvio de R$ 9,5 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso por meio de esquema de pagamento indevido junto ao Banco HSBC. Em 13 de outubro de 2016, a ALMT exonerou o funcionário do cargo.

Além de Francisvaldo, são apontados como beneficiários dos recursos o ex-deputado José Riva, os advogados Júlio César Domingues Rodrigues e Joaquim Mielli de Camargo, o ex-secretário geral da Assembleia, Luiz Márcio Bastos Pommot e ainda o ex-procurador-geral do legislativo, Anderson Flávio Godoy.