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Pedro Taques sabia do esquema dos grampos, diz Siqueira

Siqueira disse ainda à Corregedoria da PM que em outubro daquele mesmo ano, antes da conversa com o governador, havia sido chamado juntamente com o então chefe da PM, coronel Zaqueu Barbosa, até a residência de Mauro Zaque.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, prestou depoimento à Corregedoria da Polícia Militar nessa quarta-feira (5) e disse que o governador Pedro Taques (PSDB), tinha conhecimento do esquema de escutas clandestinas operado pela corporação. O oficial negou qualquer participação no crime. Ele estava acompanhado do advogado, Paulo Taques, que pediu para sair do cargo de chefe da Casa Civil dias antes do escândalo dos grampos vir à tona, em maio. Ele próprio teria dado o telefone de uma ex-amante para que fosse interceptado.

Essa foi a primeira vez que um membro da alta cúpula da PM disse que Pedro Taques sabia dos grampos. O governador, por sua vez, tem afirmado desde que o início do escândalo que mandou o Gaeco investigar uma denúncia recebida por ele das mãos do então secretário de Segurança, promotor Mauro Zaque, mas que a apuração foi arquivada por falta de provas. Zaque afirma ter enviado dois ofícios sobre os crimes ao chefe do Executivo, mas Taques nega ter recebido esse segundo documento.

Atualmente, quatro oficiais (dois deles ex-secretários estaduais) e dois cabos da PM estão presos suspeitos de envolvimento no esquema de espionagem. Um Inquérito Policial Militar investiga o caso. Ouvido como informante, Siqueira disse que em 2015 foi chamado por Pedro Taques no gabinete do governador e que este lhe falou que sabia dos grampos e que teria que exonerar policiais militares.

"Vocês fizeram merda e não tenho como manter vocês no cargo", teria dito o chefe do Executivo, segundo o depoimento de Siqueira, após receber informação de Mauro Zaque sobre a existência de uma central de escutas clandestinas na PM.

Siqueira disse ainda à Corregedoria da PM que em outubro daquele mesmo ano, antes da conversa com o governador, havia sido chamado juntamente com o então chefe da PM, coronel Zaqueu Barbosa, até a residência de Mauro Zaque. Este teria lhe dito que o Pedro Taques estava "muito aborrecido" porque sabia que a PM tinha grampeados "deputados, jornalistas e advogados".

Zaque teria falado ainda que o governador iria exonerar Siqueira, Zaqueu e o também coronel Alexandre Lesco, secretário-chefe da Casa Militar, além de Paulo Taques. O titular da Segurança Pública teria falado ainda que Pedro Taques estava em São Paulo naquela data, tratando do assunto com Paulo Taques.

Foi o coronel Siqueira, que na época era comandante do Ciopaer (Centro de Operações Aéreas) quem indicou a sargento Andrea Cardoso para Zaqueu Barbosa, que precisava de policiais de confiança para investigar outros PMs supostamente envolvidos em crimes. Entrentanto, Siqueira nega ter participado dos grampos e disse que só soube da existência da central de escutas por meio de Zaque, em 2015.

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