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Promotor tem novo surto e agride enfermeiros de hospital, diz PM

Foi necessário uso de força moderada, pelos policiais militares, para conseguir imobilizar braços e pernas.

O promotor Fábio Camilo da Silva, que atua em Guarantã do Norte (a 700 km de Cuiabá) e foi afastado após ser filmado em uma confusão com policiais militares no sábado (1º), teve um novo surto e tentou agredir enfermeiros do Hospital Regional de Sinop (500 km ao Norte da Capital), na madrugada desta segunda-feira (3).

É o que consta em um novo boletim de ocorrência registrado contra o membro do Ministério Público Estadual.

O fato aconteceu por volta das 2h30, quando o promotor chegou ao hospital, após ser transferido de Guarantã do Norte.

Segundo o boletim de ocorrência, o promotor teria acordado após passar o efeito do sedativo e conseguiu se soltar das amarras da maca e passado a agredir os funcionários e enfermeiros do local.
Foi necessário uso de força moderada, pelos policiais militares, para conseguir imobilizar braços e pernas

A Polícia Militar foi acionada. Ao chegarem no hospital, os policiais disseram ter encontrado o promotor "totalmente agressivo, evasivo e com pensamentos e diálogos sem sentido”.

Os policiais conseguiram imobilizar Fábio Camilo para que os enfermeiros aplicassem uma nova dose de sedativo.

“Foi necessário uso de força moderada, pelos policiais militares, para conseguir imobilizar braços e pernas e algemar alguns de seus membros superiores à extremidade da maca, para que fosse possível a sedação e aplicação de medicamento de forma intravernal, pois o promotor demonstrava resistência sempre que tal situação era tentada”, diz o boletim.

Conforme a PM, o servidor público só foi acalmado por volta das 4h30, quando adormeceu.

Desacato à Polícia Militar

Fábio Camilo, que atua como promotor desde abril, foi alvo de um boletim de ocorrência no último domingo (2), sob acusação de desacato, abuso de autoridade, crime contra pessoa, lesão corporal e ameaça contra PMs que o abordaram em “visível estado de embriaguez”.

No boletim de ocorrência, aparecem como vítimas os soldados Edmilson Roberto Correa e Cenilton de Lima Braga.

Segundo o B.O., uma guarnição da PM foi acionada, após uma ligação telefônica por parte de um morador. O morador relatou que, ao passar pelo município Terra Nova do Norte (675 km de Cuiabá), em frente ao posto de combustível Idaza Sexta Agrovila, viu duas pessoas discutindo em frente a um carro, um deles em “visível estado de embriaguez alcoólica”.

Ao chegar ao local, segundo contam os policiais, e indagar o condutor, o mesmo teria perguntado aos agentes se “sabia com quem estava falando”.

“Que este militar deveria colar os cascos para falar com ele, sendo que ele era um coronel. Ainda perguntou se este militar não tinha conhecimento do Código Penal Militar. Neste momento, notou-se que o condutor encontrava-se em visível estado de embriaguez alcoólica, pois exalava forte odor de álcool ao falar”, diz trecho do boletim se referindo ao promotor Fábio Camilo da Silva.

Neste momento, segundo o policial Edmilson, o promotor foi informado sobre o motivo da abordagem. Entretanto, Fábio Camilo teria passado a fazer questionamentos ao soldado, entre eles o motivo da viatura estar sem a placa dianteira. Neste momento, de acordo com o PM, o promotor “deu voz de prisão” e pediu que o outro policial, Cenilton de Lima, prendesse o colega.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, por diversas vezes o promotor teria tentando retirar o celular do militar.

Em determinado momento, Fábio Camilo aparece dando uma gravata em Edmilson, o enforcando. Segundo o B.O., ambos caíram ao chão.

“Ele disse: ‘vou lhe matar, soldado, com sua própria arma’. O promotor tentou retirar a arma deste militar, sendo interceptado pelo soldado Cenilton e a testemunha Reginaldo, sendo necessário o uso da força para conter o promotor e ainda utilização de algemas, para salvaguardar a integridade física dos agentes e do próprio promotor”, diz o documento.

“Após ser algemado, o promotor começou a ingerir um líquido estranho de uma garrafa de vidro, também começou a tomar banho com as referidas bebidas. Ainda tirou o short e saiu andando pelo local só de cueca”, afirma.

Por ter prerrogativa de função, o promotor só pode ser preso mediante flagrante de crimes inafiançáveis. Desta forma, ele não chegou a ser preso.

Durante o episódio, um dos policiais filmou o ocorrido para usar como prova contra o promotor.

No vídeo, é possível ver o promotor tirando a camiseta, desafiando o PM e o mandando “colar os cascos”. Em seguida, ele pega o gorro do agente e o joga no chão.

“Pode algemar, pode algemar. Aproveita que estou de costas e atira”, disse o promotor.

Em outro trecho, ele diz que “promotor equivale a coronel”.

Página:

https://www.olharnoticias.com.br/noticia/norto/2017/07/03/promotor-tem-novo-surto-e-agride-enfermeiros-de-hospital-diz-pm/1077.html