Ex-prefeito de Acorizal e ex-presidente da Associação Mato-Grossense de Municípios (AMM) Meraldo Sá (PSD) vai assumir a vaga do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), na Assembleia.

Fabris está sendo preso nesta tarde (15) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também decretou o afastamento do cargo. Ele teria ocultado provas ao levar pasta de sua residência minutos antes da Polícia Federal chegar, ontem, durante a Operação Malebolge.

Agora a prisão precisa ser referendada pela Assembleia, conforme artigo 29 da Constituição Estadual. A decisão se mantém Fabris preso ou não depende do voto da maioria dos 24 deputados estaduais.

Eleito segundo suplente da chapa pura do PSD, com 18.006 votos, Meraldo também é ex-secretário de Agricultura do Estado. Ele entra no posto de Gilmar 2 anos e 9 meses depois deste se efetivar na vaga devido à morte, em 2014, de Walter Rabelo, eleito por 27.232. Conforme o artigo 51 do Regimento Interno, pela vaga ser em decorrência de afastamento, a posse no cargo pelo suplente é imediata. Contudo, a ação está sendo questionada pela defesa de Fabris.

Em 2014, Fabris obteve 20.082 votos e agora vê um mandato provisoriamente tirado pela Justiça. Na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que culminou na Operação Malebolge, o parlamentar está entre os acusados de receber mensalinho e é um dos filmados no dia da entrega da propina.

Ontem (14), agentes da Polícia Federal estiveram no gabinete de Fabris na Assembleia e na residência para fazer busca e apreensão. Hoje, voltaram ao apartamento, no bairro Santa Rosa, para novas buscas.

Fabris saiu do prédio por volta de 5h30, de ontem, carregando uma pasta preta. Nessa hora, diz o parlamentar, em entrevista ao , os agentes federais interpretaram a cena como crime de ocultação de provas. Por isso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu e o ministro Luiz Fux deferiu o pedido de afastamento e prisão.

Trocas na Assembleia

Caso Gilmar Fábris perca a vaga em decorrência dos desdobramentos do processo, Meraldo seria o quarto suplente a assumir o posto em definitivo. Um foi Fabris com a morte de Rabelo. Os outros dois são Allan Kardec (PT), que tomou posse devido à eleição de Emanuel Pinheiro (PMDB) para prefeito de Cuiabá, e Daltinho de Freitas (Solidariedade), com a eleição de Zé do Pátio (Solidariedade) para prefeito de Rondonópolis. Valdir Barranco (PT) não havia assumido o posto em fevereiro de 2015, mas seu caso foi por decisão judicial, que derrubou Pery Taborelli (PSC) como titular da vaga ao descongelar os votos do petista.