O vice-líder do governo Michel Temer (PMDB) no Senado Federal, José Medeiros (PSD), saiu em defesa do projeto "escravagista" do deputado federal Nilson Leitão (PSDB) e criticou o ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Medeiros não gostou das críticas que FHC fez ao projeto e o chamou de "defensor de maconheiro".

"Hoje em dia Fernando Henrique só abre a boca para defender maconha. A grande preocupação dele é defender maconheiro, é defender maconha. Eu não sei o que ele anda fumando. E não lê, abre a boca e sai isso", disse o senador mato-grossense em entrevista nesta segunda-feira à Rádio Capital FM.

Sobre o projeto apresentado por Nilson Leitão, Medeiros acredita que está sendo mal interpretado por falta de "leitura". "Eu disse por Nilson Leitão que do jeito que as pessoas estão entendendo, do jeito que a mídia está interpretando, e o PT é especialista em distorcer, o senador Linderberg deitou e rolou nisso, e o Nilson terá problemas eleitorais com isso (...) as pessoas tem dificuldade em ler. Então não entendem direito", analisou.

As declarações do vice-líder do governo vieram em resposta a entrevista que o ex-presidente FHC deu ao Jornal Folha de SP nesta segunda-feira (8), onde classificou o projeto do seu correligionário Leitão, como "loucura".

"Aquilo é uma loucura (a ideia aventada permite algo que críticos chamam de trabalho escravo legalizado, com pagamento na forma de alimentação e estadia). Não pode ser assim“, diz trecho da resposta de FHC à Folha.

Os principais pontos de críticas do projeto é quando se fala em pagamento de remuneração de “qualquer espécie”, a possibilidade de jornada de até 12 horas, a opcional venda integral das férias dos funcionários e a substituição do repouso semanal por um período contínuo de folga após o máximo de 18 dias trabalhados.

Na semana passa o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Blairo Maggi (PP), também saiu em defesa do projeto do líder da bancada ruralista, Nilson Leitão.

O projeto ainda não tem data para tramitação. será criada uma comissão especial na Câmara dos Deputados, em que o projeto deverá tramitar. A Comissão ainda não foi instaurada e também ainda não foram definidos os membros, presidente e relator da matéria.