O governador Pedro Taques (PSDB) negou, na manhã desta terça-feira (3), que vá fazer novas mudanças em seu staff. Ele garantiu que, ao menos "por ora", não planeja exonerar nenhum secretário de sua equipe.

Na segunda-feira (2), Taques exonerou o então secretário-chefe da Casa Civil, José Adolpho, e o substituiu por Max Russi, que até então era titular da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas).

Nesta terça-feira (3), foi publicada a exoneração do coronel Airton Siqueira, que ocupava a Pasta da Justiça e Direitos Humanos.

As mexidas são reflexos da crise que se instalou no Governo Taques nas últimas semanas, em razão de prisões e afastamento de secretários.

Nos bastidores, comenta-se que Taques deve exonerar, nos próximos dias, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Carlos Avalone, para evitar mais comprometimento à imagem de seu Governo. Avalone é um dos alvos da Operação Malebolge, deflagrada pela Polícia Federal.

Ele é acusado de pagar propina ao ex-secretário Eder Moraes e ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB), por meio da construtora 3 Irmãos, que pertence à sua família.

Na manhã desta terça-feira, Taques negou que esteja planejando a exoneração do titular do Desenvolvimento Econômico.

“Falo com o Avalone todos os dias. Por ora, estamos conversando e ele ainda está tendo acesso às investigações [referentes à operação]”, afirmou.

Outro nome que também estaria deixando o staff é Carlos Fávaro (PSD), vice-governador e que comanda a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Taques também negou a mudança.

“Não, por ora não”, respondeu, ao ser questionado sobre a possível saída de Fávaro.

Sobre possíveis mudanças que pode realizar em seu staff, o governador disse que ainda não vai comentar sobre o assunto. Porém, ele afirmou que acredita que já realizou as alterações que julgava necessárias.

"Já mudamos os secretários necessários, mas ninguém é imexível. Não existe imexível”, assegurou.

Crise no Governo

Somente na última semana, dois secretários foram presos em investigações decorrentes do esquema de grampos ilegais operado no Estado: Rogers Jarbas, da Segurança Pública (Sesp) – que já estava afastado por determinação da Justiça – e o coronel Airton Siqueira, da Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

Outro caso envolvendo secretários de Pedro Taques ocorreu na última quinta-feira (28), quando o chefe de Comunicação, Kleber Lima, foi afastado de suas funções por suspeita de assédio moral e sexual contra assessores e pelo uso da máquina em favor do governador.

Já o secretário José Adolpho, que estava à frente da Casa Civil, também é alvo de um inquérito relacionado a chamada “grampolândia pantaneira”.