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Zé Domingos: admite que choro depois de recebe suposto mensalinho pago pelo ex-governado

Segundo Zé Domingos, o dinheiro repassado por Silvio não era propina.

O deputado estadual Zé Domingos Fraga (PSD), filmado pelo ex-chefe de gabinete Silvio Corrêa ajudando o hoje deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) a guardar dinheiro proveniente do suposto mensalinho pago pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) numa caixa de papelão, garante ter sido vítima de armação. Além disso, admite ter chorado após a exibição das imagens em rede nacional. 

“Chorei sim. Tive a felicidade de ser prefeito de Sorriso por 12 anos. Estou no terceiro mandato de deputado estadual. Toda minha vida, nunca fui alvo de uma armação como essa. Foi uma armação de forma premeditada. Quem sabe até pensando em delação futura para poder socializar os prejuízos causados ao Estado. Por isso, fizeram essa armadilha”, declarou Zé Domingos na tarde desta terça (5), ao comentar a delação premiada de Silval já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Além de Zé Domingos, a lista de filmados inclui os prefeitos Emanuel Pinheiro (PMDB) e Luciane Bezerra (PSB), de Cuiabá e Juara; Ezequiel Fonseca (PP), hoje deputado federal; os deputados estaduais Gilmar Fabris (PSD) e Baiano Filho (PSDB); e os ex-parlamentares Jota Barreto (PR), Alexandre César (PT), Antônio Azambuja (PP), Airton Português (PSD) e Luiz Marinho (PTB).

Para Zé Domingos, os parlamentares filmados recebendo o suposto mensalinho são pessoas de bem que foram vítimas de armadilha. Afirma ainda que nenhum merecia passar vexame. “Não só eu caí, como caíram várias pessoas de bem que nunca passaram por vexame de tamanha envergadura. Nunca sentei com governador para discutir qualquer tipo de vantagem. A Mesa era muito forte e me via como parlamentar do baixo clero. Quando tinha algum assunto de interesse da Casa, a Mesa discutia diretamente com o governo. Nunca discuti propina com Governo Blairo, Governo Silval e ou até mesmo Governo Taques”, completou o social- democrata.

Segundo Zé Domingos, o dinheiro repassado por Silvio não era propina. Sustenta que era ajuda financeira para pagar as dívidas da campanha de 2010 e viabilizar a reeleição em 2014, devidamente declarado à Justiça Eleitoral como doação em espécie.

Sobre a acusação de ter cobrado propina de R$ 200 mil para aprovar as contas de Silval referentes ao exercício de 2014, Zé Domingos sustenta que realidade desmente a acusação feita pelo ex-governador. Nega conhecer Toninho Barbosa e Rodrigo Barbosa, irmão e filho do ex-governador, que teriam intermediado a negociata.

“Não participei da votação na comissão nem em plenário. O Silval está totalmente equivocado. Isso me machucou muito e só resta tomar conhecimento do teor das acusações para me defender”, pontuou.

Zé Domingos, que almeja ocupar vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), afirma que não tratará do assunto enquanto não resolver os problemas criados pela citação na delação de Silval. Reafirma que já acionou sua assessoria jurídica com a convicção que conseguirá provar a inocência.

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