Olhar Noticias

Saúde

Em cinco anos, MT registra quase 7 mil casos de hepatite

Hepatites infecciosas mais comuns no Brasil são as do tipo A, B e C

Mato Grosso registrou quase 7 mil casos de hepatites A, B e C entre os anos de 2012 e 2016, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT). Conforme a pasta, consta nesse período, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 808 notificações de hepatite A, 4.807 casos de hepatite B e 1.351 casos de hepatite C.

 A hepatite é uma inflamação do fígado que pode estar relacionada a diversas causas e a notificação é compulsória para a Vigilância Epidemiológica. Segundo a SES, as hepatites infecciosas mais comuns no Brasil são as tipo A, B e C, sendo que os tipos B e C, juntos, provocam cerca de 80% de todas as mortes por câncer de fígado e matam quase 1,4 milhão de pessoas por ano em todo o país.

A secretaria ressalta que a maior parte dos casos de hepatite A ocorre em crianças, sendo que, no estado, a maior concentração da doença é registrada entre crianças de 6 a 10 anos de idade. Esse tipo de hepatite pode se manifestar de forma assintomática ou apresentar sintomas como febre baixa, dor de cabeça e sensação de fraqueza, falta de apetite, icterícia, fezes esbranquiçadas e urina escura. Menos de 1% dos casos pode levar a insuficiência hepática aguda grave, principalmente em idosos.

 Conforme a SES, o surto em crianças da referida faixa etária em Mato Grosso pode estar associada a ocorrência em ambientes escolares e, no período analisado, foram mais frequentes em cidades que passaram por enchentes.

 Já a incidência de hepatite B - número de notificações a cada 100 mil habitantes - no estado é maior em relação às demais, porém houve declínio de notificações ao longo dos anos, passando de 24,3 em 2012 para 17,0 em 2016. O mesmo ocorreu com a hepatite C, cuja incidência passou de 5,26 para 2,76 entre 2012 e 2016. A maior incidência deste tipo concentra-se nos municípios da região Norte do estado.

 Entre os anos 2012 e 2015, o maior número de casos notificados de hepatite B no estado foram para o sexo feminino, enquanto em 2016 houve inversão do quadro, com número superior de casos notificados de hepatite B para o sexo masculino. Já para a Hepatite C, o número de casos notificados ao longo dos anos foi maior para o sexo masculino.

 
Segundo a SES, a disseminação da hepatite A está relacionada com a precariedade da infraestrutura, saneamento básico e condições de higiene, enquanto a transmissão da hepatite C ocorre pelo contato com sangue e derivados contaminados.

 Já a hepatite B é transmitida predominantemente por contato sexual, mas pode ser causada por contato com sangue e derivados contaminados, além da transmissão vertical (de mãe para filho, durante o parto).

 A infecção pelo vírus da hepatitpe B pode ser curada espontaneamente em torno de 90% dos casos, porém os casos que se tornam crônicos podem evoluir para cirrose e câncer hepático ao longo dos anos. Já a hepatite C se torna crônica em 70% a 85% dos casos, e em média 25% a 30% destes podem evoluir para formas graves, como cirrose e câncer hepático, no período de 20 anos, caso não ocorra intervenção.

 Imunização

  A imunização pode ser feita por meio de vacinas disponíveis na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) para toda a população. No caso da hepatite B, deve ser feita em três doses. Não há vacina contra o vírus da hepatite C, porém, a partir do final do ano de 2015, foram introduzidos ao SUS três novos medicamentos que têm obtido até 95% de cura nos pacientes com graus de fibrose hepática 3 e 4.

 De acordo com a Gerência de Imunização da SES-MT , Mato Grosso tem em estoque 90 mil doses de vacina para hepatite B e 17 mil doses para hepatite A.

Página:

https://www.olharnoticias.com.br/noticia/sade/2017/07/25/em-cinco-anos-mt-registra-quase-7-mil-casos-de-hepatite/1356.html