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Empresa de oncologia operou pacientes que não tinham câncer para receber mais do Estado

De acordo com o secretário Luiz Soares, a empresa MMS Serviços teria recebido R$ 300 mil após ter realizado cirurgias contra o câncer sem comprovação médica

O secretário de Estado de Saúde, Luiz Soares, disse que uma empresa de Oncologia - terceirizada pela Associação Congregação de Santa Catarina, que geriu o Hospital de Regional de Cáceres até setembro passado - realizou cirurgias oncológicas sem que houvesse exames que constatasse a existência de câncer nos pacientes.

A declaração foi dada pelo secretário, na manhã desta segunda-feira (2), durante entrevista à Rádio Capital FM.

Soares explica que a empresa realizou cirurgias apenas para receber mais do Estado e, com isso, aumentar o faturamento. O caso foi descoberto após o Governo decidir trocar a empresa pelo o Instituto Gerir, que passou realizar o mesmo serviço pela metade do valor.

"Ele assumiu o hospital em nome da Secretaria de Saúde, do Governo do Estado, e até setembro o hospital custava ao Governo R$ 5,3  milhões mensais. Durante o mês de outubro,  em apenas um mês de trabalho, o valor baixou para R$ 3,9 milhões. Ou seja, significa R$ 1,4 milhão a menos e, mesmo assim, conseguimos aumentar o número de cirurgias", observou o secretário.

Luiz Soares destacou, ainda, que no ano passado, o então diretor do Hospital Regional e médico aposentado Hernandes Coutinho tinha poder de “xerife”. A situação só foi contornada depois que a unidade passou a ser comandada por administração direta em setembro.

“Isso é caso de polícia. Estamos encaminhando para os órgãos de controle, para o Conselho Regional de Medicina (CRM). Está lá e eu sei por que foi entregue a mim, está atestado a realização de cirurgias sem o diagnóstico de câncer. Você imagina o que tem por trás de tudo isso”, detalhou.

A empresa

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado disse não poder confirmar o nome da empresa já que o caso foi entregue ao Conselho Regional de Medicina que, neste momento, investiga o caso. No entanto, no portal do próprio Governo do Estado é possível constatar que a empresa que prestava o serviço de oncologia ao Hospital de Cáceres no perído citado pelo secretário era a MMS Serviços, de propriedade do médico Eduardo Marques Lima.

Ainda de acordo com informações do portal, “a Congregação de Santa Catarina desistiu de continuar à frente da gestão do hospital e as prefeituras que integram o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste de Mato Grosso (CISOMT) também não aceitaram assumir a unidade. Diante da situação, a SES montou uma força-tarefa e reassumiu a gestão no dia 1º de outubro passado”. 

“Uma das primeiras medidas foi à recontratação dos profissionais demitidos pela Congregação Santa Catarina. Ao reassumir a gestão do Hospital Regional de Cáceres, a SES absorveu mais de 95% dos funcionários demitidos pela associação após o encerramento do contrato com a SES no dia 30 de setembro”. 

Página:

https://www.olharnoticias.com.br/noticia/sade/2018/01/02/empresa-de-oncologia-operou-pacientes-que-no-tinham-cncer-para-receber-mais-do-estado/2569.html