Nayara Oliveira, de 29 anos, relatou que foi à unidade denunciar preconceito, mas direção nada fez
Com uma postagem no Facebook, Nayara Oliveira, de 29 anos, relatou um suposto bullying e preconceito vivido por sua filha de 12 anos na escola Escola Municipal Constância Figueiredo Palma Bem Bem, em Cuiabá.
Ao MidiaNews, a mãe disse que, por causa dos constantes ataques de bullying praticados pelos colegas de sala da filha, o coordenador da escola sugeriu que a mãe a levasse ao salão para “dar um jeitinho do cabelo”.
“Ele pediu pra ela se retirar da sala dele e falou pra mim assim: ‘Por que você não leva ela no salão pra dar um jeitinho no cabelo dela?’”, disse Nayara.
A menina não quer voltar para a aula desde então.
“Minha filha está traumatizada. Agora há pouco eu estava mexendo com o cabelo dela, queria deixar solto, só que ela não quer mais, ela quer alisar, ela não quer mais soltar o cabelo. Ficou muito triste, chegou em casa chorando, soluçando, dizendo que queria mudar de escola”, contou a mãe.
Ela relatou que todos os dias a filha chegava em casa relatando alguma agresso de colegas. Até que na quinta-feira (29), a criança chegou chorando e a mãe resolveu ir na escola tomar uma providência.
“Na sexta (30) eu fui na escola tentar resolver, falei com as crianças, o coordenador foi na sala dela, conversou, mas também não chamou pais e deixou por isso mesmo”, disse.
Na segunda-feira (3), a criança não foi para a aula e no outro dia também não queria voltar, mas a mãe a fez ir.
“`Às 15h me ligaram da escola, falando para buscá-la, que ela não queria ficar lá porque estava com dor de cabeça, mas eu sei porque ela não queria ficar”, disse a mãe.
Foi nesse dia que o coordenador propôs que a mãe desse um jeito no cabelo da filha. E depois disso deu mais uma orientação.
“Aí falou assim: ‘Olha, esses dias ela não precisa vir não, ela já vai entrar de férias. Ela é uma boa aluna, então vou dispensá-la esses dias, porque ela está triste. Estou vendo que está a afetando isso que as crianças estão fazendo’. Como se eu que tivesse que resolver”, contou a mãe.
Nayara disse que irá fazer um boletim de ocorrência e depois entrará com uma denúncia no Ministério Público.
“Porque a minha filha está com trauma e isso ela pode levar pra vida toda”, disse.
A mãe postou o caso em sua página pessoal no Facebook e no grupo “Aonde não ir em Cuiabá”, onde já tem mais de 1100 curtidas e quase 300 comentários de apoio à mãe e à menina.
“Eu estou recebendo muito apoio. Eu não imaginava que daria tanta repercussão, porque a gente sempre vem sofrendo isso não é de hoje, tanto pela cor, quanto pelo cabelo da minha filha. Daí eu extrapolei e não consegui mais segurar”, disse.
Na postagem a mãe escreveu:
“Agora eu pergunto a vocês onde vamos parar com isso. Que espécie de profissionais são esses das nossas escolas, que ao invés de lutar contra o bullying, sugerem que eu adapte minha pequena às aparências de outras crianças, porque meia dúzia de crianças mal orientadas não têm capacidade de lidar com as diferenças”.
A reportagem entrou em contato com a escola, porém nem a diretora, nem o coordenador, estavam presentes e nenhum outro funcionário quis se pronunciar.
Comentários
Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Olhar Notícias, não reflete a opinião deste Portal.