Com um câmbio acima de 3,2 reais, o Brasil deverá exportar grande volumes de soja e milho
O Brasil poderá colher uma safra recorde de milho na temporada 2016/17, perto de 100 milhões de toneladas, com o país sendo beneficiado por condições climáticas muito boas na segunda safra, cuja colheita está começando, disse o diretor da Agroconsult, André Pessôa.
Ao participar do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2017 e 2018, Pessôa disse que a primeira safra ficou perto de 31 milhões de toneladas, segundo previsão da consultoria. Ele não mencionou o tamanho que espera para a segunda safra.
Na colheita passada, nas safras de verão e inverno, o Brasil colheu apenas 66,5 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura. Diferentemente do que ocorre neste ano, na temporada anterior a produção de milho sofreu uma baixa expressiva na segunda safra, por conta da seca severa.
O excedente gerado pela produção recorde pode ser mais bem absorvido pelas exportações se o dólar tiver uma trajetória de alta, diante da crise política e mesmo da antecipação do debate eleitoral das eleições de 2018, disse Pessôa.
Com um câmbio acima de 3,2 reais, o Brasil deverá exportar grande volumes de soja e milho, uma vez que as commodities brasileiras ganham mais competitividade.
Pessôa estima exportações de soja e milho na atual temporada em recordes de 61 milhões e 32 milhões de toneladas, respectivamente.
O analista disse ainda que, na melhor das hipóteses da taxa cambial para o agronegócio, a exportação de milho poderia atingir cerca de 35 milhões de toneladas.
O recorde anterior na exportação do cereal do país foi de 30,2 milhões de toneladas, em 2014/15, de acordo com números do Ministério da Agricultura.
Dessa forma, lembrou o diretor da Agroconsult, uma taxa de câmbio mais alta pode favorecer a comercialização do restante de soja e milho da safra atual.
Ajuda - O governo federal acionará os mecanismos de suporte aos preços do milho para todos os estados que ficarem com cotações abaixo dos valores mínimos garantidos, diante de uma colheita de segunda safra recorde do cereal no Brasil, afirmou ontem o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller.
O governo já tem realizado leilões de contrato de opção de venda de milho e operações que subvencionam o transporte do produto de Mato Grosso, o maior produtor brasileiro de grãos.
Mas outros estados, como Mato Grosso do Sul e Goiás, também têm reivindicado apoio governamental para enfrentar o cenário baixista de preços.
O ministério estimou um número de 61,6 milhões de toneladas para a safra atual, na sua previsão de maio, bem abaixo dos números apontados por pelo menos dois consultores reunidos no evento.
"Se o preço estiver abaixo do preço mínimo, vamos fazer o apoio", disse o secretário a jornalistas, citando entre os estados que podem ser beneficiados o Mato Grosso do Sul e Goiás.
"Esses programas não são apenas para o Mato Grosso", acrescentou o secretário, ele próprio produtor em terras mato-grossenses.
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