Descendente indígena, miss diz que todos têm sua beleza e não existe padrão único

Ela fala sobre como é caregar a coroa de mais bonita mulher da cidade e ser candidata a sagrar-se a mais bela do Estado e depois do Brasil.
Descendente indígena, miss diz que todos têm sua beleza e não existe padrão único

Cuiabaníssima, a acadêmica da UFMT Hamanda Campos foi eleita na última quinta (31) a nova Miss Cuiabá e é a entrevistada da semana do . Inteligente, articulada, sorridente e bastante desenvolta, a bela morena de traços brasileiríssimos (o avô é indígena) diz que ainda está se acostumando com o título recém-conquistado. Consciente de seu lugar no mundo, surpreende ao demonstrar humildade sincera quando afirma com todas as letras: “não acreditava que fosse ganhar” por achar a segunda colocada mais bonita e segura do que ela. “Ainda estou me acostumando com isso”, disse, sobre como é caregar a coroa de mais bonita mulher da cidade e ser candidata a sagrar-se a mais bela do Estado e depois do Brasil.

Beleza é mesmo primordial?

Não.

Você está falando sério ou só sendo legal?

É sério. O que é beleza? Existem muitos tipos e cada mulher ou homem tem uma. E todo mundo é único. Não existe, nunca existiu, só um padrão.

Isso quer dizer que os feios têm chance com você?

(risos) Uai! Beleza pode até importar nos primeiros quinze minutos, depois a pessoa tem que ter algo para sustentar pelo menos uma conversa.

Tem alguma modelo ou miss em quem você se espelha?

Eu me inspirei na Jackeline Oliveira (mato-grossense de Rondonópolis), porque ela é linda e maravilhosa.

Quem?

Sério que você não conhece? A que foi miss Brasil em 2013.

Na prática, qual o papel de uma miss na sociedade?

Então (risos), estou aprendendo isso agora.

Você não tem receio de ser julgada somente 

Não. Porque no concurso, depois que acabou, e lá me julgaram e não foi como um rosto bonito. Então não tem por quê ter medo de ser vista só como um rosto bonito. Quem me conhece, quem convive comigo, sabe das minhas potencialidades, sabe como eu sou e  como ajo no dia a dia.

Você acha que, por ser descendente de indígenas, sua eleição pode ajudar de alguma forma na causa?

Nunca entrei em nenhuma causa indígena, mas dei o exemplo aquela noite porque aqui em Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, há uma mistura de todas as etnias. Meu avô é índio, mas minha avó não é, ela é branca. Sou contra esse padrão de beleza vindo do Sul, porque quem disse que as loiras são mais bonitas que as morenas ou que as morenas são mais bonitas que as índias ou que quem tem olho claro é mais bonito que quem não tem? É um padrão que eu não entendo muito bem.

Quando descobriu que possuía uma beleza além das demais meninas?

Na verdade, eu não sabia disso não (risos), achava que a menina do segundo lugar ia ganhar, porque ela tinha uma postura firme e eu não acreditava muito que ia ganhar. Quando aconteceu foi tipo, meu Deus, e agora? Todas eram muito bonitas, todas tinham perfis de cuiabanas, então, pra mim, todas tinham muita chance. E eu não sou tão alta como o resto delas, então, fiquei um pouco insegura.

Achou mesmo a outra menina mais bonita que você?

Sim, mas nem é só isso, minha maquiadora diz que eu sou inteligente e penso muito rápido, mas no dia do concurso eu estava muito aérea, parecia que minha alma estava fora do meu corpo. Além disso, ela estava tão segura que eu tinha certeza que seria ela quem ganharia.

O que pretende fazer quando a carreira de miss acabar?

Pretendo e vou terminar minha faculdade o quanto antes e me especializar no que eu quero, que é a nutrição oncológica, porque tem poucos profissionais nessa área aqui em Cuiabá.

 

 

Fonte RdNews

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