À Justiça, estrangeiro disse que é acumulador de ouro e tem 27 toneladas.
A Justiça Federal em Mato Grosso condenou o bilionário austríaco Werner Rydl a dois anos de detenção em regime aberto por transportar sem autorização uma barra de ouro, avaliada em R$ 73,6 mil. Ele foi preso em março de 2015 ao tentar embarcar no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, com a barra de ouro, a qual considerava um amuleto da sorte. O G1 tentou, mas não conseguiu entrar em contato com o advogado do réu.
No entanto, o juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal em Mato Grosso substituiu a pena ao entendeu que o crime não foi cometido com violência ou ameaça. A pena foi substituída pelo pagamento de cinco salários mínimos e prestação de serviços à comunidade, que ainda deve ser estabelecida pela Justiça.
Ele foi enquadrado pela Lei 8.176 de 1991, a qual prevê que é crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpacão, produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes à União, sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título autorizativo.
Para deixar a prisão, em 2015, o bilionário pagou uma fiança de R$ 78,8 mil. Ele passou dois dias preso.
O réu declarou à Justiça que possui a barra de ouro, que pesa 644 gramas, há mais de 20 anos e que já tinha sido transportado a mesma barra em aeroportos no mínimo 35 vezes nos últimos 18 meses, antes da prisão, sem ter tido nenhum problema com a fiscalização. Também disse ser um acumulador de ouro e que tem mais de 27 toneladas.
Ele estava em Mato Grosso e seguiria para o interior do Pará, quando foi preso em flagrante. A prisão foi feita sob acusação de usurpação de patrimônio da União, pois não portava nenhum documento que comprovasse que era dono do ouro.
Werner Rydl se mudou para o Brasil há mais de 20 anos após ser acusado de vários crimes financeiros na Áustria. Ele foi preso em 2004 a pedido do Ministério da Justiça para fins de extradição requerida pelo governo austríaco e passou quatro anos preso. Conforme a defesa, ele pagou tudo que devia para o governo daquele país e, atualmente, é considerado o maior detentor individual de ouro do país. Sozinho, possui 120 toneladas de ouro.
Em 2006, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu a extradição de Werner Rydl sob a acusação de fraude, resistência contra autoridade e organização criminal.
Ele alegou que se tratava de perseguição política do governo austríaco e que não tinha cometido sonegação fiscal. Ele então foi encaminhado para a Áustria e depois de três meses foi liberado por prescrição do crime, que tinha sido cometido no início da década de 90. Em 2009, ele voltou ao Brasil.
À época da prisão, Werner morava em Pernambuco.
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