Sobre a inversão do calendário, o Indea-MT adotou a medida a fim de atender um pedido antigo dos pecuaristas.
Faltam 10 dias para o início da vacinação contra febre aftosa de todo o rebanho em Mato Grosso, que pela primeira vez será realizada de 1º a 31 de maio. A etapa principal da imunização foi transferida de novembro para maio, atendendo uma demanda do setor produtivo para reduzir os impactos do manejo e da medicação nos animais.
Nesta fase, os 30 milhões de animais registrados em Mato Grosso devem receber a dose da vacina. A segunda etapa, voltada para os animais de zero a 24 meses, passa a ser realizada em novembro. Mesmo sem registro da doença há mais 20 no Estado, a continuidade deste trabalho é fundamental para a manutenção da sanidade do rebanho.
O médico veterinário e diretor-técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco De Sales Manzi, destaca a importância da vacinação de todo o rebanho para manutenção do status sanitário do Estado de livre de aftosa com vacinação, condição indispensável para exportação de carne.
“Recentemente foi anunciada a retirada da vacina em 2021, mas para que isso aconteça é imprescindível a vacinação em todas as etapas para consolidar a erradicação da doença. Daqui até 2021, todos as orientações das autoridades devem ser seguidas a risca, como o pecuarista sempre fez”, analisa Manzi.
Outra observação de Francisco Manzi é com relação à vacinação contra brucelose. “O pecuarista deve ficar atento e realizar também a vacinação contra brucelose nas fêmeas entre 3 e 8 meses de idade. Como a vacina é em dose única na vida do animal, é de fundamental importância que ela seja bem feita, na dosagem indicada, após conservação adequada e sob supervisão de um médico veterinário”, detaca.
Sobre a inversão do calendário, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) adotou a medida a fim de atender um pedido antigo dos pecuaristas. A expectativa é que a perda de peso dos animais seja menor, ou pelo menos a recuperação mais rápida em maio. Isso porque neste período pós-chuvas, os animais estão mais gordos e o pasto mais farto, reduzindo o impacto e facilitando a engorda depois da aplicação.
“Em novembro os animais estão vindo da entressafra, com score corporal menor e por isso o impacto do manejo e reação da vacina prejudicam mais, já que a perda de peso chega a 10%. Além disso, com a alteração a vacinação, a estação de monta realizada a partir de novembro não é prejudicada”, explica Cristiano Alvarenga, produtor rural de Vila Bela da Santíssima Trindade e proprietário de loja de produtos agropecuários.
Preço
Com relação ao preço da vacina, as lojas revendedoras ainda não fecharam a tabela para esta etapa, mas a expectativa é de reajuste de 10% a 15%. Em novembro, as doses começaram a ser vendidas por R$ 1,15, mas chegaram a sair por até R$ 1 ou R$ 0,95.
Agora, o preço negociado deve partir, segundo o empresário do setor Amarildo Merotti, de R$ 1,30 a R$ 1,40. “Os laboratórios estão repassando com uma alta de 18% o preço de partida, mas ao longo do mês e com as negociações este índice tende a cair”.
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