Tatiana Barros conta que na reunião foram discutidos projetos para intensificar o transito de pessoas na fronteira entre o Estado e a BolÃvia.
O tráfico de pessoas, crianças e órgãos, infelizmente, ainda é uma realidade em todo o país. Mas, especificamente no Estado, esse tipo de crime vem sendo fortemente combatida pela Comissão de Infância e Juventude da Ordem dos Advogados (OAB-MT). Somente em abril foram resgatadas 21 crianças vítimas de tráfico sendo exploradas no exterior.
A presidente da Comissão, Tatiane Barros, esteve reunida com autoridades bolivianas nesta semana a fim de intensificar a fiscalização na região entre Cáceres, em Mato Grosso, e San Mathias, na Bolívia, uma fronteira aberta para o tráfico.
Participaram do encontro alguns representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), do governo do Estado, Ministério da Justiça, da Organização Não Governamental Resgate Brasil, que trata do tráfico de pessoas e tem sede também na Suíça, e autoridades bolivianas.
“Tivemos uma reunião com o cônsul de lá (Bolívia), que convocou a reunião, para tratar dessa fronteira que está aberta. As pessoas passam com crianças e adolescentes sem nenhuma documentação. A pessoa passa e fala que a criança é filho e sobrinho e não é exigida nenhuma comprovação. Não é exigida nenhuma documentação”, diz Barros.
A presidente conta ainda que existem também muitos casos de tráfico de mulheres. Elas são enganadas com falsas promessas de trabalho oferecidas por agenciados que dizem à elas que irão trabalhar como babás, como garçonetes em outro país mas quando chegam lá a realidade é bem diferente. “Elas são trancadas e obrigadas a manter relação sexual, numa rede de exploração sexual”, explica.
O problema atinge não somente as mulheres, mas também crianças, que são traficadas para a retirada de órgãos. “Crianças e adolescentes estão sendo mortas para a retirada dos órgãos e abastecer a venda de órgãos. Foi o que mais nos chamou a tenção”, enfatiza. “Na reunião, a Ong relatou que mês passado resgatou deu um depoimento que, mês passado, regatou 21 crianças e adolescentes entre 8 e 14 anos em outros países. As crianças tinham sido entregues aos agenciadores pelos próprios país com a promessa de que elas iriam jogar bola no exterior. Chegando lá elas foram encontradas trancadas e sendo obrigadas a manterem relações sexuais com homens ”, informou.
Tatiana Barros conta que na reunião foram discutidos projetos para intensificar o transito de pessoas na fronteira entre o Estado e a Bolívia. Foram encaminhados ofícios ao Ministério Público Estadual e Federal e a Grupo Especial de Fronteira (Gefron) cobrando apoio para a fiscalização na fronteira. A OAB irá acompanhar o andamento desses projetos de combate ao tráfico de pessoas.
Conforme a presidente qualquer pessoa pode ser enganada pelos aliciadores, porém os alvos principais são família mais humildes. “Elas não têm noção desse tipo de situações e também acreditam muito nas pessoas. Porque elas têm essa índole e são pessoas boas elas acham que podem confiar no outro”, ressalta.
A presidente ainda faz um alerta para que os pais não acreditem nessas promessas de oportunidades no exterior. Em conversa de pessoas desconhecidas oferecendo essas possibilidades e boas chances fora do país.
“Essas pessoas têm que entender que não pode entregar o filho para qualquer pessoa que conheceu agora. Que não sabe direito quem é. Tem que ter esse cuidado”, ressalta a Tatiana Barros.
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