A ordem do Palácio teria sido para grampear polÃticos de oposição ao governo, advogados e um jornalista que aparece em absolutamente todas as escutas.
Mais uma lista de arapongagem surgiu naquilo que pode ser considerado o maior escândalo do governo Pedro Taques. Nela uma garota de programa, uma empresária e quatro médicos, incluindo um que é casado com uma juíza, constam de mais uma lista de pessoas cujas ligações foram grampeadas pela Polícia Militar a mando do governo. A informação é do G1MT, que revela mais 43 números, sendo que 19 já tinham sido monitorados.
Os nomes foram sendo inteceptados a pedido do cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, sob a justificativa de que seriam pessoas envolvidas com tráfico de drogas e armas na região de Cáceres. O Núcleo de Inteligência, conforme esse policial, estaria investigando a suspeita de que um então tenente-coronel e um sargento estariam cometendo esses crimes.
A empresária Ana Karine Roder aparece na lista como "Márcio Cavalhada". Procurada, ela disse que não sabia que estava com o telefone grampeado e disse que vai acionar um advogado para saber quais providências tomar. Uma garota de programa, que não quis se identificar, está na lista como "Juliano Albuquerque de Almeida". Esse nome também foi usado para outros quatro números de telefone, sendo que um deles pertence a um tenente da PM em Barra do Garças.
Os números repetidos de telefones grampeados foram identificados com outros nomes em relação às listas anteriores. O do desembargador José Ferreira Leite, por exemplo, que já havia sido chamado de "Capanga Fazenda Grandene", desta vez aparece como "Sargento Wilson".
O médico Sérgio Dezanetti, que na lista anterior era o "Vulgo Sergito", agora é "Marcelo Duarte", mesmo nome para se referir ao médico Luciano Florisbelo da Silva. Outros dois médicos, que são sócios de Dezanetti e Silva numa empresa de serviços de saúde, também aparecem de forma repetida nessa relação. Hélio de Lima Júnior e Paullineli Martins são identificados como "Rubão de Tal", enquanto na anterior os dois eram "Nelinho".
O esquema de grampos da PM levou à prisão preventiva, nesta semana, do cabo Gerson - que estava lotado na Casa Militar - e do coronel Zaqueu Barbosa, que foi comandante da corporação em 2015.
A Procuradoria-Geral da República, acionada pelo ex-secretário de Segurança Mauro Zaque, que ocupou o posto em 2015, abriu investigação para saber se o governador Pedro Taques (PSDB) tinha conhecimento do caso. A PGR quer descobrir ainda quem ordenou as interceptações telefônicas. Zaque, que é promotor de Justiça, afirma que alertou o chefe do Executivo municipal do esquema.
Taques nega ter conhecimento do crime e diz que o ex-secretário Mauro Zaque fraudou um documento onde avisava sobre o esquema para o governador.
Investigações
A PM instaurou uma apuração interna para apurar o caso. O primeiro indicado pelo governo, coronel da reserva Denézio Pio da Silva, recuou por ser 'amigo' do coronel Zaqueu, que é um dos investigados. O Inquérito agora deve ficar sob a responsabilidade do coronel da reserva Jorge Catarino Morais Ribeiro.
A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz) também abriu inquérito para investigar o crime. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso também investiga o caso internamente. A Assembleia Legislativa se recusou abrir uma CPI para investigar o caso.
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