Perri afirma que só sai das investigações se for "afastado ou morto"
O desembargador Orlando de Almeida Perri denunciou nesta quinta-feira (13) ter sido veladamente ameaçado por conta de sua atuação no processo referente a denúncia de grampos ilegais no Estado. Ele disse que há uma manobra para retirá-lo do processo.
Nesta quinta-feira, o pleno do Tribunal de Justiça analisa um pedido para o arquivamento das investigações solicitadas pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) por suposta prática de “barriga de aluguel” por membros do Ministério Público. A alegação do MPE é de que órgão já investiga notícia-crime semelhante.
Relator do escândalo dos grampos no Tribunal de Justiça, Orlando Perri declarou que eventual arquivamento da investigação contra membros do MPE vai retirá-lo de todas as ações relacionadas aos grampos ilegais. Ele suspeita de manobra com esse intuito.
“As coisas não são tão simples assim como se dizem aqui, até porque todos os demais procedimentos a mim distribuídos vieram por conexão. Se arquivar essa notícia-crime, vai ter que se fazer a distribuição de todos os demais procedimentos que estão sob minha relatoria”, disparou.
AMEAÇAS
Em relação as declarações do secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Benedito Siqueira Junior, de que teria ordenado grampear em outros magistrados no período em que atuava como corregedor de Justiça, o desembargador relatou que vem sofrendo ameaças para força-lo a sair das investigações sobre os grampos.
“O presidente do Tribunal de Justiça e outros desembargadores receberam interlocutores para me ameaçar veladamente para não emprestar seriedade às investigações sobre as interceptações. Porque do contrário iriam revelar supostas interceptações ilegais que teria feito na Corregedoria”, assinalou.
Porém, o desembargador garantiu que seguirá nos trabalhos, apesar de prever novas “manobras” para retirá-lo do caso. “Não sou filho de pai assustado. Ameaças me incentivam cada vez mais aprofundar nas investigações. Todas as forças ocultas que buscam retirar deste tribunal ou de minha relatoria as investigações deste caso, não irei me acordar a fim de que a verdade venha a tona”, completou.
Ao falar das ameaças, o desembargador reiterou que não existe possibilidade de sair da relatoria do caso dos grampos. "Só saio das investigações se me afastarem ou me matarem", assinalou.
Comentários
Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Olhar Notícias, não reflete a opinião deste Portal.