Em MT, reflexo pode ser ainda maior, já que muitos produtos vêm de outros estados e chegam por rodovias. Comerciantes já preveem alta nos preços.
O aumento dos combustíveis autorizado pelo governo federal deverá ter reflexo direto nos preços de diversos alimentos. E o impacto para os mato-grossenses poderá ser ainda maior, já que grande parte dos produtos hortifrutigranjeiros consumidos é produzida em estados das regiões Sul e Sudeste e, assim, chegam ao estado por rodovias.
Na banca do comerciante Caio Marcelo de Assis, no Mercado do Porto, em Cuiabá, a maioria das frutas vem de outros estados. Ele diz que, com o aumento do combustível, não vai conseguir manter o preço.
“A gente, infelizmente, tem que repassar para o consumidor. O esperado é um aumento entre 10%, 15%, talvez até 20% sobre tudo. Porque tem a cadeia, né, da lavoura. Da Ceasa [Central de Abastecimento] para Cuiabá tem descarregamento. Tem muito custo”, disse.
O presidente da Organização do Mercado do Porto, José Ismar Azevedo Filho, cita alguns itens que vêm de outros estados e poderão sofrer aumento. "Nós temos alimentos como, por exemplo, a banana, o tomate, o repolho, a cenoura, cebola, que vêm de São Paulo, Belo Horizonte, regiões que têm uma produção maior desses alimentos”, disse.
O açougueiro Adílson Couto Pereira, que também tem banca no Mercado do Porto, diz que vai tentar reduzir o impacto ao consumidor final. “Tem que somar, fazer conta, porque não pode repassar tudo para o cliente, jogar tudo para o cliente. Então tem que fazer uma margem ali, tentar segurar o máximo que pode e repassar isso da melhor forma possível. A gente precisa do cliente para sobreviver”, disse.
O economista Ernani Pinto de Souza explica o impacto no bolso da população. “Toda vez que se tem um aumento na alíquota em determinado produto, é certo que há tendência da redução do consumo. Agora, como é um bem de primeira necessidade, nem sempre as pessoas têm um substituto imediato, mas no caso da gasolina há o etanol, isso pode gerar uma possibilidade de relativo consumo”.
Com a alta do imposto sobre o combustível, o frete do caminhoneiro também deve ficar mais caro. De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores de Carga, o frete deve subir em até 4%.
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