Maior emissora de TV do paÃs ainda cobra PGR sobre estágio das investigações
O programa Fantástico, da Rede Globo, voltou a abordar o esquema de grampos ilegais no Estado. O dominical, que havia denunciado a arapongagem no mês de maio, destacou os desdobramentos das investigações após a reportagem inicial.
O principal destaque foi a fraude no sistema de protocolos no Palácio Paiaguás. A reportagem citou que a denúncia protocolada pelo ex-secretário de Segurança Pública e promotor, Mauro Zaque, foi “fraudada” após ficar 4 horas no gabinete do governador Pedro Taques (PSDB).
Após isso, seis minutos depois, um novo documento, com mesmo número de protocolo da denúncia, tratava sobre obras na região Norte do Estado. “Houve interesse sim para que aquilo que encaminhei desaparecesse, para que não houvesse qualquer prova de que eu não encaminhei aquela documentação”, disse o promotor.
O Governo do Estado negou que a fraude tenha sido realizada por ordem do chefe do executivo. “Quem se beneficiou é quem fraudou e não foi o Governo, porque o governo tem todo interesse em esclarecer as investigações”, disse o secretário de Comunicação, Kléber Lima.
O programa destacou que a lista de alvos grampeados é bem maior da que divulgada em maio, sendo que até o MPE foi “espionado”. Para o procurador-geral de Justiça, promotor Mauro Curvo, já está claro que o esquema teve motivação política.
“Começou na campanha política de 2014. E naquele momento foi grampeado um advogado que era coordenador de uma das coligações. Além disso, uma deputada estadual também foi grampeada”, destacou.
Além de citar que políticos, um desembargador, advogados e médicos foram grampeados, o programa entrevistou a publicitária Tatiana Gangalli, ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, também alvo do esquema. Para ela, a motivação de ter sido grampeada é ciúmes. “Ele queria saber onde eu andava, o que fazia, com quem ficava. A máquina do Governo que podia ser usada para investigar criminosos, foi usada para grampear pessoas normais”, assinalou.
PRIVILÉGIOS
O programa ainda destacou que a alta cúpula do Governo do Estado foi presa após a divulgação do esquema. Mostrou as prisões do secretário da Casa Militar, coronel Evandro Ferraz Lesco, do ajunto, coronel Ronelson Barros, e ainda do ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa.
O trio está detido em quarteis da PM, com privilégios. “Enquanto a Procuradoria Geral da República apurase o governador tem, ou não, envolvimento nos grampos ilegais, os PMs de confiança de Pedro Taques estão presos em quarteis da Polícia Militar, com direito TV de tela plana, micro-ondas, geladeira e ar-condicionado”, finaliza Ferraz.
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