Isso é fato, sim. Eu fui procurado pelo deputado Mauro Savi, isso é fato. Imediatamente chamei o secretário de Segurança
O governador Pedro Taques (PSDB) confirmou que o deputado estadual Mauro Savi (PSB) o procurou, em abril desde ano, para revelar um suposto plano de assassinato contra ele e o irmão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Antônio da Cunha Barbosa Filho (Toninho Barbosa). Conforme o político, o plano teria sido orquestrado pelo ex-deputado José Riva.
"Isso é fato, sim. Eu fui procurado pelo deputado Mauro Savi, isso é fato. Imediatamente chamei o secretário de Segurança (Rogers Jarbas) e está tudo documentado. O secretário de Segurança vai mostrar para vocês todos os documentos”, disse Taques nesta quarta-feira (30), em entrevista coletiva à imprensa.
A informação consta na delação premiada de Toninho Barbosa junto a Procuradoria Geral da República (PGR).
De acordo com o seu depoimento em maio deste ano, Mauro Savi o teria procurado, informando que recebeu mensagens, pelo aplicativo WhatsApp, de uma pessoa desconhecida, que dizia que tinham um amigo em comum. Disse, também, que, há cinco anos, o deputado o teria ajudado, por meio de um advogado que o tirou da cadeia. Essa pessoa falava, ainda, que havia recebido uma encomenda para “simular um atentado contra o senhor José Riva, ex-deputado estadual, e que teria sido contratada pelo próprio José Riva”.
Toninho Barbosa diz que chegou a ler as mensagens no celular de Savi e que a pessoa chegou a receber parte do dinheiro para executar o serviço. “Que essa mesma pessoa narrou a Savi, ainda, que Riva teria dito que, se fosse preciso, era para matar o motorista e jogar a culpa nas pessoas do declarante (Antônio), Silval, Savi, Maluf e Fabris”, diz trecho da delação do irmão do ex-governador.
Ainda segundo Toninho, Mauro Savi procurou o governador do Estado, que, imediatamente, chamou o secretário de Segurança Rogers Jarbas, que iniciou um processo de investigação, o que foi confirmado por Pedro Taques.
O irmão de Silval ainda anexou em seu depoimento mensagens de uma terceira pessoa, que enviou conversas mostrando a ordem para matá-lo, que teria partido de José Riva.
Uma das mensagens dizia: “Chefe, a ordem é passar fogo nesse sujeito”, “olha a foto e veja quem é, se é dos meus”, e, em seguida, uma foto de Toninho.
“Ele está desesperado e é capaz de fazer qualquer coisa. Só não entendi o porquê do seu nome na lista que tive acesso”, teria prosseguido o remetente, ainda em referência a Riva.
No dia do depoimento, Toninho alegou que continuou recebendo os prints de conversa entre um contato salvo como “José Riva” e um interlocutor desconhecido. A seguir, a seguinte conversa é narrada por ele:
José Riva: “Precisamos conversar sobre o ex-governador e seu irmão e o Mauro e preciso antes de sair da cadeia.
Interlocutor: “É sobre aquele assunto? Perfeitamente, estamos aguardando seu sim”.
Na sequência, o tal José Riva e o contato acertaram que “Ricardinho” estaria pronto para atuar e fizeram menções a armas, “uma .40 e 2 380”.
Como resposta, o interlocutor disse: “Fechado. Em relação ao irmão do ex-governador é pra sentar chumbo nele, é isso. Tenho aqui toda a relação de onde ele anda, o que faz, aonde vai a família, vou seguir o combinado”. Por fim, o tal Riva respondeu: “Se ele desconfiar, acerta ele, senão depois será mais difícil. O Mauro, bem. Também”.
No final de seu depoimento, Antônio Barbosa disse temer por sua vida e de seu irmão, que, à época, estava preso no Centro de Custódia de Cuiabá, porque Silval “sabe demais”.
Outro lado - A defesa do ex-deputado José Riva emitiu nota alegando que o ex-parlamentar nunca procurou outras pessoas para atentar contra a íntegridade física ou moral de outras pessoas.
Veja a nota na íntegra:
“Em virtude da matéria jornalística veiculada pela mídia local acerca de eventuais ilicitudes praticadas contra a vida de terceiros, a defesa de José Riva vem a público esclarecer que a integralidade de todas as conversas mantidas por meio do aplicativo Whatsapp, notadamente daquelas em que lhe foram oferecidos serviços escusos e ilegais, foram entregues em tempo real às autoridades e são objeto de investigação sigilosa por parte do Ministério Público de Mato Grosso.
De toda sorte, em benéfico da ênfase, esclarece que jamais manteve qualquer tipo de contato com terceiros que envolvesse a integridade física ou moral de qualquer pessoa, nem mesmo através de ação controlada pelos órgãos investigativos do Estado do Mato Grosso".
Rodrigo Mudrovisch, advogado responsável pela defesa de José Riva.
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