Em discussão com Mendes, ministro lembra que em MT todo mundo está preso

“Nós prendemos, tem gente que solta”, alfinetou Luís Roberto Barroso.
Em discussão com Mendes, ministro lembra que em MT todo mundo está preso

Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), trocaram duras acusações durante a sessão plenária da Corte nesta quinta-feira (26/10). O que começou com provocações sobre os estados de origem de ambos terminou com cada um criticando o histórico profissional do outro.

O episódio escancarou o antagonismo de ideias entre eles, que frequentemente estão em lados opostos nos julgamentos relacionados aos escândalos de corrupção no país, nos quais a Suprema Corte tem se mostrado dividida.

Mendes criticou a situação financeira do Rio de Janeiro, estado de origem de Barroso, enquanto o outro ministro questionou se, no Mato Grosso, terra natal de seu opositor, “está tudo muito preso”. Era uma referencia ao fato de o ex-governador carioca Sérgio Cabral estar com transferência marcada para o presídio federal de Mato Grosso. Contudo, em nota, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) informou nesta quinta (26/10),  que o político irá para uma unidade prisional da União em Campo Grande (MS).

“Nós prendemos, tem gente que solta”, alfinetou Luís Roberto Barroso. Em resposta, Gilmar disse que o colega, ao chegar ao STF, “soltou José Dirceu”, ex-ministro do governo Lula e condenado no caso do Mensalão.

Presidente tentou apartar

Na sequência, os ministros foram interrompidos pela presidente do Supremo, Cármen Lúcia. Mas a discussão continuou.

Barroso acusou Mendes de ser parcial em suas decisões e explicou as razões pelas quais concedeu indulto ao ex-ministro José Dirceu. “Não transfira para mim essa parceria que Vossa Excelência tem com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco”, afirmou.

Em outro momento, Gilmar Mendes fez alusão a Barroso ter defendido o ativista italiano Cesare Battisti: “Não sou advogado de bandidos internacionais”. Barroso retrucou: “juiz não pode ter correligionário”.

Para encerrar a discussão, a ministra Cármen Lúcia lembrou aos colegas que eles estavam “no plenário de um Supremo Tribunal” e que ela gostaria de voltar ao caso em julgamento. Após o bate-boca, o julgamento foi retomado e concluído: os ministros mantiveram decisão da Assembleia Legislativa do Ceará que extinguiu os tribunais de contas municipais.

SEGUNDA VEZ

Esta é a segunda vez que um ministro do STF cita Mato Grosso durante um bate boca com Gilmar Mendes no plenário do STF. Em 2009, quando presidia o STF, ele se envolveu numa discussão com Joaquim Barbosa, hoje aposentado.

"Vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso", disparou.

https://youtu.be/k44Psus-H1g

Fonte Folha Max

Comentários

Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Olhar Notícias, não reflete a opinião deste Portal.