O resultado decorre do balanço entre inclusões e exclusões de estabelecimentos ao longo da última década.
Entrando no terceiro mês de levantamento, o Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola 2017 já atingiu 56,7% das unidades de produção rural de Mato Grosso. A porcentagem corresponde a mais de 64 mil estabelecimentos, independente de tamanho e forma jurídica, incluindo assentamentos e Terras Indígenas (TI). Até agora, os dados reunidos pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam redução no número de propriedades no estado, em comparação com o último estudo, realizado em 2006/7. A estimativa original caiu de 116 mil, para 113.459 mil.
O resultado decorre do balanço entre inclusões e exclusões de estabelecimentos ao longo da última década. Exemplos disso são a desintrusão da TI Marãiwatsédé, na região de São Félix do Araguaia, e a reintegração de posse do assentamento Santo Rosa, em Sorriso. “Esses são alguns casos identificados nestes pouco mais de 50% de coleta. Embora haja também inclusões, no geral, as exclusões são maiores”, explicou a chefe da unidade estadual do órgão, Millane Chaves, durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (5).
Outra conclusão possível com estes dados é a confirmação da área de produção, considerando o levantamento sistemático da produção agrícola. Só em Sorriso, dos 600 mil hectares de soja estimados no total, o censo já levantou 400 mil hectares. Além disso, na região Nordeste do Estado também foi constatada a troca de pastagens por lavouras temporárias, a partir de 2012 e 2013. O término do levantamento está previsto para o final de fevereiro e a divulgação dos dados deverá acontecer a partir de julho deste ano.
Com relação às propriedades de maiores extensões e produções mais técnicas, foram registradas 4 mil casos especiais em Mato Grasso. Nestas situações os dados normalmente não estão disponíveis nas sedes das fazendas, mas em escritórios localizados em outras cidades ou Estados, sendo acessados posteriormente por recenseadores locais. A chefe do órgão diz que ainda há muitos proprietários que tem receio de repassar sua receita e dados das propriedades, mas lembra da existência da lei que garante sigilo estatístico à estas informações.
Ela também destaca a adoção de medidas de segurança como a padronização dos uniformes dos profissionais e a possibilidade de confirmação de seu vínculo com o IBGE. “Caso algum produtor esteja com medo ou desconfiado de uma abordagem, basta ligar para o 800 7218181 e passar o nome do recenseador para confirmar se ele realmente faz parte da nossa equipe. Como essa chamada só pode ser feita de número fixo, também temos uma parceria com o CIOSP, que, por meio do 190 realiza esta checagem.”
Para o Censo foi adotado como referência o período de 1º de outubro de 2016 a 30 de setembro de 2017, ao qual deverão estar relacionadas informações sobre a propriedade, produção, área, pessoal ocupado, etc. Diante do trabalho, que envolve centenas de profissionais, Mato Grosso afora, Millane destaca que, por meio do detalhamento de áreas produção, culturas e tecnologias, o estudo permite o desenvolvimento de políticas públicas adequadas a realidade do setor.
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