As investigações não estão paradas e deve culminar com novas operações da PolÃcia Federal nos próximos meses, como já ocorreu em setembro passado na 1ª fase da Operação Malebolge.
O Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) negaram o compartilhamento de provas referentes às delações do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), de sua família e do ex-chefe de Gabinete, Sílvio Corrêa, ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Comissão Parlamentar de Inquérito, a denominada CPI do Paletó.
As negativas da Corte da PGR ocorreram durante uma reunião entre o vereador Marcelo Bussiki (presidente da CPI) e o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Mauro Curvo, com Patrícia Neves, chefe de Gabinete do ministro Luiz Fux, relator do processo, e Carlos Alberto Vilhena, subprocurador-geral da Republica, em Brasília, no último dia 13 de março.
“O STF ouviu a Procuradoria-Geral da República que emitiu um parecer pelo não compartilhamento das provas, neste momento, com a Câmara e nem com o Ministério Público Estadual porque é uma delação que tem desdobramentos”, explicou o presidente da CPI, Marcelo Bussiki (PSB).
Ainda de acordo com o parlamentar, a chefe de Gabinete de Fux explicou que a demora no compartilhamento de provas é devido à “grandiosidade” da delação da família Barbosa envolvendo dezenas de autoridades.
No entanto, garantiu que as investigações não estão paradas e devem culminar em novas operações da Polícia Federal nos próximos meses, como já ocorreu em setembro passado, na 1ª fase da Malebolge, um braço da Operação Ararath – que apura crimes de corrupção no Governo do Estado.
“As ações estão sendo realizadas e na conversa que tivemos lá [em Brasília] vários desdobramentos da delação estão sendo feitos e eles garantiram que não estão parados, mas a delação é grandiosa. (...) Investigações estão sendo feitas e até que se ofereça a denúncia a PGR não vai compartilhar essas informações com a Câmara Municipal nem com o Ministério Público para não prejudicar a investigação que eles estão fazendo”, contou Bussiki.
Delação Monstruosa
O sigilo do acordo foi retirado pelo ministro do STF, Luiz Fux, em agosto do ano passado. À época, Silval tinha delatado 68 pessoas, entre políticos, empresários e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.
Na delação, Silval revelou esquemas de cobrança de propina, tanto por parte dele e seus secretários, contra empresários, quanto de deputados e conselheiros, para que programas de Governo não fossem afetados.
Segundo o ex-governador, conselheiros chegaram a cobrar R$ 53 milhões para não paralisar obras do MT Integrado. Já os deputados estaduais teriam recebido R$ 600 mil, cada, para que apoiassem a gestão. Pelo menos onze parlamentares foram gravados recebendo propina no Palácio Paiaguás.
A delação também incluiu o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), apontado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como o líder de diversos esquemas. Silval contou que só obteve apoio de Maggi para ser candidato ao Governo, em 2010, após aceitar herdar as dívidas de seu antecessor.
O acordo também se estendeu aos familiares do ex-governador, sendo a mulher, Roseli Barbosa, o filho, Rodrigo Barbosa, e o irmão, Antonio Barbosa, além do ex-chefe de gabinete, Silvio Corrêa.
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