Gerson Correa Junior contou que informações eram repassadas pelo coronel Zaqueu Barbosa
O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Correa Junior, contou em depoimento ao juiz Murilo de Moura Mesquita e ao conselho de coronéis que analisa o caso dos grampos ilegais no Estado que não sabia quem era Tatiane Sangalli. Ex-amante do ex-secretário da Casa, Paulo Taques, ela foi uma das vítimas do esquema.
Ele revelou que os números listados para interceptação eram repassados pelo coronel Zaqueu Barbosa, e soube que ela tinha ligação com o primo do governador por meio do superior.
Zaqueu, Gerson, os coroneis Evandro Lesco e Ronelson Barros, além do tenente-coronel Januário Batista, são acusados de juntos montarem o esquema dos grampos dentro da esfera militar. Todos estão sendo julgados pela 11° Vara Criminal de Cuiabá. A audiência com o depoimento dos envolvidos aconteceu na última sexta-feira (27).
Já Paulo Taques, foi apontado pelo cabo Gerson como o mandante dos grampos, assim como o governador Pedro Taques (PSDB). Atualmente, o ex-secretário está preso por envolvimento em desvios de dinheiro com pagamento de propina do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran)
Segundo Gerson, Tatiane que era denominada na lista dos grampos como “Tatu” - que teria ligações com tráfico de drogas - tratava-se apenas de uma total desconhecida. “Excelência, a senhora Tatiane Sangalli, o motivo de ter ouvido, nem sabia quem era ela”, relatou.
Porém, após a campanha eleitoral de 2014, Zaqueu teria informado ao cabo quem era e justificado que ela estaria de posse de informações privilegiadas sobre Taques. “Fiquei sabendo depois das eleições que ela era ex-amante do doutor Paulo. Que era quem recebia informações privilegiadas da casa dele, da família, sobre a vida dele. E que era ela que estava ameaçando ou tentando chantagear o doutor Paulo Taques”, narrou o cabo.
Na oportunidade, Gerson reforçou que todas as informações chegavam para ele por meio de Zaqueu. Ele alega que nunca conversou com o coronel Evandro Lesco sobre o assunto.
Ainda pontua que não existe necessidade de proteger ninguém, além de sua família, e a única vez que viu Lesco envolvido no assunto, foi quando recebeu um valor em dinheiro para pagar um custo dos grampos. “O coronel Lesco me passou R$ 2.400 do aluguel, nunca falei com ele sobre interceptação nenhuma, nunca reportei a ele nada sobre interceptação, nada absolutamente nada. Não protejo ninguém só meu filho, minha esposa e minha honra. Nunca falei com ele sobre número de fulano de tal. Me reportei a quem me deu determinação, a quem teria que dar um retorno, coronel Zaqueu Barbosa”.
O depoimento de Gérson Correa durou mais de 6 horas. Ele também revelou como ocorreram os grampos de pessoas ligadas a políticos.
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