Governo não cumpre promessa e paratletas fazem vaquinha para participarem de competição

A Secretaria de Esportes teria garantido conceder as passagens aéreas para que paratletas pudessem participar das Paralimpíadas Escolares em São Paulo, mas recuou no último momento.
Governo não cumpre promessa e paratletas fazem vaquinha para participarem de competição

Após o Governo ter anunciado de última hora que não iria conceder passagens aéreas para que paratletas do Estado pudessem participar da edição das Paralimpiadas Escolares de 2018, em São Paulo, um grupo de pessoas na cidade de Paranatinga (387 km de Cuiabá) tentam arrecadar uma quantia para locar uma van com objetivo de garantir a presença de sete adolescentes na competição.

O anúncio sobre o impossibilidade de fornecer as passagens foi feito na tarde da última sexta-feira (16) via Whatsapp, pelo secretário-adjunto de Esportes, Franz Corrêa aos pais, técnicos, professores e competidores. O evento começa nesta segunda-feira (19). A informação foi que o Governo não teria condições financeiras de arcar com as passagens que foi prometida. 

Segundo a professora Andressa Ueharo, que participa de projeto voluntário para paratletas de Paranatinga, a informação pegou todos de surpresa impossibilitando que algumas cidades se organizassem para participar do evento. Inconformados, ela e um grupo de pessoas decidiram pedir ajuda para garantir a participação de seis atletas nas modalidades atletismo e tênis de mesa.

"O Estado nunca fez isso, só que notícia ruim na última hora foi um baque, porque através dos eventos anteriores, outras famílias começaram a acreditar e crianças e adolescentes tiveram sonho de praticar uma atividade para ganhar medalhas, com objetivo de superação. Superar seus próprios limites, ser visto de melhor maneira na sociedade", disse.

A preocupação é que o tempo e o desgaste da viagem possam afetar o rendimentos dos paratletas. A equipe saiu na manhã de domingo (18) de Paranatinga e chegou à cidade de São Paulo, sede da Paralimpíadas na manhã desta segunda-feira. Eles ainda estão em busca de doações para arrecadar a quantia que falta para pagar a van.

"A gente fica triste, querendo ou não, a gente busca dar o melhor tratamento pra eles, imagina ficar mais de 30  horas dentro de uma van, aí não se movimenta muito, aí tem a questão da limitação de cada um, de ficar uma posição só... É muito ruim, mas é melhor ir dessa forma do que ficar e não poder mostrar aquilo que treino e ficou o ano todo pra isso", conta a professora.

Ela ainda ressaltou que Mato Grosso obteve resultados positivos nas últimas edições do evento paralimpíco e que a participação neste ano pode melhorar os resultado fazendo que outras crianças e adolescentes com deficiência interessem pela prática do esporte.

Os atletas precisam de R$ 1,2 mil para quitar os gastos com a locação da van. Interesssados em ajudar o grupo podem entrar em contato com Andressa pelo telefone (66) 98414-6360.

Persistente

Um dos competidores que irá representar o Estado no evento é o adolescente Marcos Vinícius, de 16 anos. Ele tem paralisia cerebral e dificuldade de movimentação dos quatro membros, mas mesmo com as dificuldades, há dois anos se dedica ao tênis de mesa.

Orgulhoso, o pai dele, Edson Amaral, conta que o menino já garantiu três medalhas em competições, sendo duas de prata na modalidade de dupla e uma de bronze na modalidade individual. Edson conta que o filho treinou o ano inteiro com objetivo de ganhar uma medalha de ouro.

"Ele se preparou e estamos almejando que ele ganhe a medalha de ouro esse ano. Ele está muito bem preparado. Esse vai ser o terceiro ano dele, o tênis de mesa tem ajudado demais a sociabilidade. Ele fez duas cirurgias no quadril e o esporte não é agressivo para o problema dele.  É uma coisa impressionante a força de vontade que ele tem", contou.

Ele explica que o filho está se preparando para representar o país nas Paralimpíadas de 2020, no Japão.

Fonte ReporterMT

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