Juarez Costa lembra que foi avisado por aliados políticos de que seria alvo do Gaeco
“Este cara que tinha que sair preso”. A declaração é do deputado federal eleito Juarez Costa (MDB) ao cobrar um posicionamento do Ministério Público e Justiça em relação as denúncias recentes contra o governador Pedro Taques (PSDB), que não conquistou a reeleição em outubro.
O emedebista lembrou que foi investigado em 2016 quando ainda era prefeito de Sinop (480 km de Cuiabá), na "Operação Sorrelfa", que visava apurar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele acredita que tenha sido alvo de uma “ação orquestrada” por parte do governador e do deputado federal, Nilson Leitão (PSDB), seu adversário político no município. “Este cara (Taques) que tinha que sair preso, assim como ele fez prender o Silval (ex-governador) e muitos outros aí. Ele tinha que sair algemado também. Ele acabou com a minha família”, desabafou Juarez em entrevista a Rádio Capital FM nesta segunda-feira.
O deputado eleito explicou que o desejo de justiça é pautado em tudo que vivenciou nos últimos meses de sua gestão a frente da prefeitura de Sinop, cidade que comandou entre 2009 e 2016. Ele disse ainda que a perseguição por parte do Governo já era de conhecimento da classe política na cidade.
Ao lembrar os fatos, Juarez destaca que chegou a conversar com o empresário Roberto Dorner, que era cotado para disputar a prefeitura pelo seu grupo. Na reunião, o empresário descartou a hipótese, pois apostava que ele seria preso. “O Dorner era meu candidato, mas chegou em mim e falou abertamente que não seria candidato seu porque o Leitão e o Taques iriam me prender. Isso o Donner me falou. A segunda opção era o Dalton (Martini, ex-vereador) que não quis ser também com medo. Aí falei com minha vice, a Rosana Martinelli, que disse que tinha conhecimento dessas conversas, mas aceitou o desafio e venceu as eleições”, recordou.
Juarez explica que além de receber a visita do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) às vésperas da eleição, teve seu telefone grampeado de forma ilegal. “Fui grampeado um ano nesses grampos ilegais. Não ganhavam a eleição de mim, na terceira eleição que eu não era candidato, viram que eu iria fazer a minha vice, como prefeita”, afirmou.
Além disso, ele conta que teve sua vida vigiada também por assessores do deputado federal Nilson Leitão. “Pegaram um assessor do Nilson Leitão e a namorada do assessor dele e foram lá em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, para ver se eu tenho apartamento na beira da praia. Tenho apartamento em Camboriú e está no meu Imposto de Renda. Só não é na beira da praia. Então foi uma perseguição total”, desafou.
Ainda sobre Taques, o deputado avalia que a gestão do tucano foi péssima e lembrou que teve que realizar investimentos com recursos da prefeitura para tocar setores importantes, como Saúde e Educação. “Eu nunca vi um desgoverno total como este. Peguei dois anos do Governo Taques e desconheci este Governo. Toquei a Saúde sozinho e não tive problemas. Abri um hospital fantástico, com equipamentos de ponta, abri uma UPA. Sinop tinha cinco postos de saúde eu consegui 19, com duas equipes cada um. Falo porque eu fiz, porque sei que é possível fazer, e este governo não teve competência”, criticou.
Segundo ele, Taques focou sua gestão em olhar para o passado e esquecer dos problemas que ainda persistem no Estado. “Este governo, ao invés de olhar para frente, olhou para o retrovisor. O retrovisor é importante sim, muitas vezes tem que olhar nele, para ver o que deu errado e procurar não errar aqui na frente, mas só olhar para trás não da certo”, disse.
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