Liminar devolve exploração de linhas de ônibus para empresa alvo da Defaz

Verde havia perdido dois trechos por decisão administrativa da Ager
Liminar devolve exploração de linhas de ônibus para empresa alvo da Defaz

O juiz da 4ª Vara Cível Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, Paulo Márcio Soares de Carvalho, acolheu o pedido de liminar da Verde Transportes e determinou que a empresa volte a explorar duas as linhas - Cuiabá-Alta Floresta e Cuiabá-Guarantã do Norte. A licença havia sido revogada pela Ager-MT (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos do Estado de Mato Grosso) após a empresa Viação Novo Horizonte procurar o Ministério Público do Estado (MP) para denunciar atos, supostamente, irregulares da Ager-MT acerca da exploração de trechos do transporte coletivo intermunicipal.

A decisão é da última segunda-feira, 26. “Isto posto, defiro a liminar pretendida para determinar a suspensão do ato combatido e, via de consequência, autorizar a exploração das linhas de código 098-1-1-00 - Cuiabá x Alta Floresta, Alta Floresta x Cuiabá e código 038-1-1-00 - Cuiabá x Guarantã do Norte, Guarantã do Norte x Cuiabá”, decidiu o magistrado.

Ao acolher o pedido, o magistrado acolheu a argumentação da empresa, que apresentou documentos que, supostamente, demonstram que a Ager-MT não concedeu o direito à ampla defesa e ao contraditório à Verde Transportes nos processos administrativos que resultaram na revogação da autorização de exploração. De acordo com os autos, a empresa explorava o trecho por meio de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o MP em setembro de 2007, devido à não conclusão do processo licitatório da concessão dos serviços de transporte intermunicipal.

Ainda segundo a Verde Transportes, a Viação Novo Horizonte, cujo contrato com o Estado foi assinado em maio de 2017, procurou a Ager-MT solicitando a inclusão de novas linhas no contrato em que se sagrou vencedora, o que foi negado pela agência ao relembrar que a empresa deveria se ater ao edital do qual se sagrou vencedora. A Viação Novo Horizonte, então, teria procurado o MP alegando que a Ager-MT agia de forma a prejudicar as empresas vencedoras do certame e beneficiar aquelas contratadas de forma indireta.

“Alega que, irresignada com as regras editalícias, a empresa Viação Novo Horizonte procurou o Ministério Público Estadual, relatando que a Ager-MT estaria agindo de forma deliberada para prejudicá-la em beneficiamento das empresas que detêm concessão precária de linhas, o que foi objeto de apuração de inquérito civil e originou a recomendação”, pontuou.

Após a recomendação do MP, então, a Ager-MT instaurou os processos administrativos que teriam resultado na rescisão do contrato com a empresa. Por fim, ainda durante sua fundamentação, o juiz elencou que a empresa comprovou que já comercializou inúmeras passagens para os meses de novembro e dezembro, inclusive, tendo reservado assentos a idosos, beneficiários da gratuidade ou de 50% de desconto, o que demonstra que o ato da Ager-MT prejudica diretamente os usuários do transporte coletivo.

OPERAÇÃO ROTA FINAL

O caso pode estar ligado à "Operação Rota Final", deflagrada em abril deste ano pela Delegacia Fazendária (Defaz) para desmantelar um esquema de fraudes no sistema de transporte intermunicipal de Mato Grosso. A fraude estaria em prejudicar a licitação do transporte em Mato Grosso, cujo valor estava estimado em R$ 11 bilhões, lançada pelo Governo do Estado.

O MP tomou conhecimento do esquema após uma denúncia anônima. O grupo seria formado por Éder Augusto Pinheiro, Júlio César Sales Lima, Max Willian de Barros Lima, Wagner Ávila do Nascimento, contando com a participação de Eduardo Alves de Moura e o envolvimento de Luis Arnaldo Faria de Mello e Marcelo Duarte Monteiro. O esquema, segundo a Defaz, era liderado pelo empresário Éder Pinheiro, dono da Verde Transportes.

 

Fonte Folha Max

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