Sem contrato, empresa pode recolher mais de 700 viaturas alugadas em MT

Governo do Estado alegou descontinuidade dos serviços para tentar manter contrato
Sem contrato, empresa pode recolher mais de 700 viaturas alugadas em MT

O fim da gestão do governador Pedro Taques (PSDB) – que não conseguiu se reeleger em 2018 -, pode ser ainda mais melancólico do que o previsto. Além da alegada falta de recursos em caixa, que reflete numa das piores crises da saúde pública que o Estado já enfrentou, e também na incógnita do pagamento em dia dos salários dos servidores, o Poder Executivo Estadual corre o risco de ficar sem 785 veículos alugados por falta de contrato.

Uma decisão monocrática da desembargadora da Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo, Antônia Siqueira Gonçalves, autorizou no último dia 7 de dezembro a empresa que manteve contratos de alugueis de veículos – CS Frotas do Brasil -, a recolher os automóveis em razão justamente da falta de um negócio formal entre o Poder Público e Privado. De acordo com o processo, 752 carros foram disponibilizados à Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT), e outros 33 à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh-MT).

Para a desembargadora, “não compete ao Judiciário” intervir num negócio com o Poder Público que não possui sequer um contrato formal. “Apesar de afirmar prejuízos ao Estado e à sociedade o agravante não apresentou elementos que convencem do alegado periculum in mora, requisito imprescindível para concessão da tutela pretendida, inclusive, porque a retomada dos veículos é fato futuro, que pode ou não se concretizar [...] Não compete, pois, ao Judiciário, intervir neste momento para determinar que a empresa, sem contrato vigente com o Estado mantenha seus veículos à disposição deste”, diz trecho da decisão.

Segundo informações dos autos, o contrato entre o Governo do Estado e a CS Brasil Frotas já foi prorrogado “sucessivas vezes”. Em sua defesa, o Poder Executivo alega que um possível recolhimento de veículos implicaria na “descontinuidade do serviço”.

Como 752 automóveis foram destinados somente à Segurança Pública de Mato Grosso, há o risco de um grande número de viaturas policiais deixarem de circular nas ruas. “[O Governo do Estado] avisa que a retomada dos veículos pela empresa promovida, diante da potencialidade de lesão, culminaria com a descontinuidade do serviço de segurança pública, uma vez que a previsão de prazo para a efetiva entrega dos novos veículos originou a excepcional situação de ‘vácuo” entre os contratos’”, advertiu o Governo do Estado.

Antônia Siqueira Gonçalves, por sua vez, explicou que o mérito do caso ainda será analisado e poderá conferir uma decisão favorável ao Governo do Estado. “Além disso, os argumentos do recorrente estão a exigir uma análise acurada diante de outros elementos de convicção a serem trazidos oportunamente aos autos, até pela contrarrazões da parte ex adversa, com a formação regular do contraditório, inclusive com possível parecer ministerial de segundo grau. Com essas informações, o pleito será melhor analisado por ocasião do julgamento meritório”.    

 

Fonte Folha Max

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