O paciente é um menino de 3 anos de idade, da etnia kayapó , que por agravamento de doença respiratória precisava de acompanhamento em UTI.
Indígenas cercaram hospital para impedir transferência de criança para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e policiamento foi reforçado na cidade de Peixoto de Azevedo. Situação tensa, mas recorrente, foi registrada na tarde desta terça-feira (18), às vésperas da comemoração do Dia do Índio.
O paciente é um menino de 3 anos de idade, da etnia kayapó, que por agravamento de doença respiratória precisa de acompanhamento em UTI. Como não existe vaga no único hospital da cidade, a equipe médica decidiu pela remoção para a cidade de Tangará da Serra (239 km a médio-norte), onde havia leito infantil.
Mas a não aceitação por parte dos familiares trouxe conflito e tumulto, já que mais de 20 indígenas buscaram apoio de outros grupos para tentar impedir a continuidade do tratamento. A negociação se estendeu por cerca de uma hora e meia, até que foi trazido o Cacique da aldeia. Ele convenceu os familiares e demais indígenas na necessidade do tratamento e o grupo de indígenas o local de forma pacífica.
A Polícia Militar foi acionada e acompanhou a negociação que, apesar de tensa, não teve maiores desdobramentos. Logo depois a criança foi removida em ambulância para Tangará.
A negativa em aceitar o atendimento médico formal ainda é um dos maiores problemas em relação à saúde indígena e que continua resultando em mortes, principalmente de crianças.
Enfermeira que atua na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do município explica que é comum as famílias rejeitarem o atendimento médico, fazendo com que as doenças se agravem e muitos pacientes não resistam.
Os problemas respiratórios são a principal causa. Na noite de terça-feira haviam 40 pacientes sendo medicados na Casai. Ao todo, mais de 150 indígenas estavam na unidade com capacidade para receber um terço do total de abrigados. Isto porque é comum parte da família acompanhar o paciente.
Além destes, pelo menos mais cinco pacientes de aldeias da região ocupam leitos no único hospital da cidade. Desde o início do ano a Casai tem ficado lotada, com a mesma média de pacientes, acima do que a registrada no ano anterior, informou a servidora.
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