Ex-PM é apontado como chefe de pistoleiros que mataram 9 pessoas em Colniza

Moisés Ferreira de Souza já teve a prisão decretada pela Justiça de Rondônia por roubo. Polícia de MT aguarda a prisão para interrogá-lo sobre chacina, em Colniza.
Ex-PM é apontado como chefe de pistoleiros que mataram 9 pessoas em Colniza

Um ex-policial militar de Rondônia é o suposto chefe do grupo de pistoleiros que matou nove pessoas, na Gleba Taquaruçú do Norte, em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, no dia 19 de abril, conforme a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). Moisés Ferreira de Souza está com um mandado de prisão em aberto por outro crime cometido em Rondônia. A foto do foragido foi divulgada pela Sesp nesta terça-feira (2).

A polícia de Mato Grosso ainda não pediu a prisão dele e aguarda o cumprimento do mandado expedido pela Justiça de Rondônia para interrogá-lo sobre a chacina em Mato Grosso. Inclusive, Ronaldo Dalmoneck, um dos suspeitos do crime, que está foragido, responde a uma ação penal junto com o ex-policial, que já tem passagens pela polícia, por roubo, segundo a Sesp. Esse pistoleiro teria decapitado algumas vítimas, na gleba.

Dos quatro suspeitos que estão com a prisão decretada, dois já foram presos e outros dois, sendo que um deles é um empresário suspeito de ser o mandante da chacina, estão sendo procurados. O quarto suspeito de torturar e matar as vítimas ainda não foi identificado. Esses pistoleiros fariam parte de um grupo denominado "Encapuzados", comandado pelo ex-sargento da PM.

Pedro Ramos Nogueira, 52 anos, foi preso no Distrito de Guatá, em Colniza, e o sobrinho dele, Paulo Neves Nogueira, 35, foi preso no Distrito de Tabajara, em Machadinho D'Oeste (RO).

Moisés e Ronaldo respondem a um processo na 1ª Vara Criminal da Comarca de Machadinho D'Oeste. Na ação, o Ministério Público daquele estado diz que em fevereiro de 2015 eles e pelo menos outros três homens armados invadiram uma fazenda, fizeram os moradores reféns, levaram um trator e fugiram em uma caminhonete.

Motivação
A chacina em Colniza teria sido motivada pela disputa por exploração de madeira na região. Mais de 200 famílias viviam na gleba, mas a maioria deixou o local após as mortes, que está sob a vigilância de 50 policiais civis e militares, incluindo os agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

 Conflitos anteriores

Pelo menos duas vítimas da chacina já tinham denunciado ameaças à polícia. Segundo a Polícia Civil, que apura o caso, inquéritos foram abertos em 2010, 2012 e 2014 para apurar as denúncias.

Há 11 anos, houve outra chacina com cinco mortes na mesma área rural, também em um conflito por exploração de madeira. Na mesma ocasião, 10 pessoas também foram torturadas, o que motivou, em 2016, a Operação Ouro Verde, que prendeu 39 pessoas, entre elas fazendeiros que atuariam na extração ilegal de madeira.

Os trabalhadores rurais mortos foram identificados como Sebastião Ferreira de Souza, 57, Izaul Brito dos Santos, 50, Ezequias Santos de Oliveira, 26, Samuel Antônio da Cunha, 23, Francisco Chaves da Silva, 56, Aldo Aparecido Carlini, 50, Edson Alves Antunes, 32, Valmir Rangeu do Nascimento, 55, e Fábio Rodrigues dos Santos, de 37 anos.

Fonte Pollyana Araújo, G1 MT

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