Secretário de Taques e militares ligados ao gabinete do governador são presos

Policiais militares são acusados de participar de esquema de escutas clandestinas para beneficiar politicamente o governador
Secretário de Taques e militares ligados ao gabinete do governador são presos

O chefe da Casa Militar do Estado, coronel PM Evandro Lesco, teve mandado de prisão preventiva decretado pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Segundo apurou a reportagem, a prisão eles já estão na cadeia. O tenente-coronel Januário Batista, o coronel Ronelson Barros e um cabo identificado como Toresan  também tiveram prisões preventivas.

Também tiveram a prisão decretada o corregedor-geral da PM, coronel Alexandre Corrêa Mendes, e o diretor de Inteligência da Corporação, tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira.

Ao contrário do que foi divulgado por alguns veículos de imprensa na tarde desta sexta-feira (23), o coronel Airton Benedito Siqueira Júnior não foi alvo de mandado de prisão.

As interceptações ilegais teriam sido feitas por integrantes da Inteligência da PM, com suposta anuência do governador Pedro Taques, já que a maioria dos grampos eram de desafetos políticos do governador.

O esquema era viabilizado pela prática da “barriga de aluguel”, quando números de telefones de cidadãos comuns, sem conexão com uma investigação, são inseridos em um pedido de quebra de sigilo telefônico à Justiça.

Outros dois membros do Executivo também já foram presos por suspeita de envolvimento na prática de “arapongagem”.

São eles: o coronel PM Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da PM de Mato Grosso, e do cabo Gerson Ferreira Gouveia Júnior. Os mandados de prisão foram decretados pelo juiz de Direito Marcos Faleiros, da 11ª Vara de Crimes Militares da Comarca de Cuiabá.

A investigação

O caso de interceptações telefônicas ilegais foi denunciado pelos promotores de Justiça Mauro Zaque e Fábio Galindo enquanto ambos respondiam pela pasta de Segurança Pública, em 2015. Os crimes vieram à tona no dia 11 de maio deste ano, quando uma reportagem do Fantástico esteve em Cuiabá realizando entrevistas sobre o caso.

Segundo a denúncia, uma investigação de tráfico de drogas em Cáceres foi usada para o esquema conhecido como "barriga de aluguel": foram incluídos nas escutas os telefones de pessoas que não tinham ligação com os crimes. Números da deputada estadual Janaína Riva (PMDB), do ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), do desembargador aposentado José Ferreira Leite, do jornalista José Marcondes “Muvuca”, do advogado eleitoral ligado ao PMDB José do Patrocínio, de médicos e de outros profissionais aparecem na lista.

Um telefone que pertencia a uma policial da inteligência do Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também teria sido interceptado ilegalmente: à época, o MP investigava as operações Metástase, Chacal, Seven e Rêmora.

Ao todo são mais de duas mil pessoas grampeadas ilegalmente no Estado de Mato Grosso. 

Fonte Muvuca Popular

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