Maggi: faltou sensibilidade à FAB em caso de avião com cocaína

Ministro da Agricultura classificou episódio como “embaraçoso” e diz que FAB deveria ter esperado
Maggi: faltou sensibilidade à FAB em caso de avião com cocaína

ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP) afirmou que a Força Aérea Brasileira (FAB) se precipitou ao anunciar, na segunda-feira (26), que um avião interceptado com 500 quilos de cocaína decolou da Fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo do Parecis (396 Km de Cuiabá), pertencente ao grupo Amaggi, de sua família.

 No final do dia, ao prender o piloto e o copiloto do bimotor interceptado, a FAB confirmou que a dupla disse ter trazido a droga da Bolívia e que não estiveram na fazenda do ministro.

 “Acho que por parte da FAB faltou um pouco de sensibilidade de entender que existe política envolvida nisso, existe uma empresa envolvida e ter, no mínimo, aguardado o posicionamento do piloto para depois dizer de onde saiu a aeronave ou não”, afirmou Maggi, em entrevista à rádio Capital FM, na manhã desta terça-feira (27).

 “Passamos o dia muito tristes, chateados, sendo, não acusado, mas noticiados de que alguma coisa errada tinha acontecido nas propriedades do Grupo André Maggi”, disse.

O ministro revelou que ao ficar sabendo do episódio por meio da imprensa, não tinha certeza se os traficantes tinham ou não utilizado uma das 11 pistas de pouso da fazenda arrendada do falecido empresário Olacyr de Moraes.

 “Segundo a FAB, o piloto havia reportado que tinha decolado da Fazenda Itamarati Norte, rumo a Santo Antônio do Leverger. Quando foi abatido, estava no território de Goiás. Então, não procedia o destino, nem a origem. A Fazenda Itamarati Norte tem 54 mil hectares de área de plantio, 11 pistas de aviação para apoio de atividade agrícola, e eu também não tinha certeza se uma dessas pistas tinha sido utilizadas ou não para esse avião com tráfico”, disse o ministro.

 “Mas no final do dia, piloto e copiloto foram presos e reportaram à Polícia Federal que não utilizaram nenhuma pista na Fazenda Itamarati ou de nenhum lugar do Brasil, que eles vieram direto da Bolívia”, afirmou.

 Apesar de dizer que a situação é recorrente nas proximidades, pelo fato da fazenda ficar próximo à fronteira com a Bolívia, Blairo classificou o episódio como “embaraçoso”.

 “Isso é um assunto recorrente na região, estamos muito próximos da divisa da Bolívia. Felizmente para mim, para minha empresa e minha família, houve a explicação dos traficantes. Mas é uma situação embaraçosa, difícil, complicada, porque você tem que ficar respondendo o que você não fez, o que você nem sabe se aconteceu”, completou.

 Avião com cocaína

 A Polícia Federal prendeu, no início da noite de segunda-feira (26), o piloto e o copiloto do avião bimotor interceptado pela FAB, no fim de semana, com 634 kg de cocaína, em Jussara, na região noroeste de Goiás.

 Os dois ocupantes disseram à PF que trouxeram a droga da Bolívia e que não estiveram na fazenda Itamarati Norte, arrendada para a empresa Amaggi.

 Detidos na cidade de Itapirapuã, a 40 km de Jussara, eles também informaram que tinham como destino o município goiano. Piloto e copiloto foram transferidos para a Superintendência da Polícia Federal, em Goiânia. A PF não divulgou as identidades da dupla.

 A aeronave foi interceptada, no domingo (25), em uma operação conjunta entre FAB e o Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer).

 Inicialmente, a FAB afirmou que a aeronave havia decolado da Fazenda Itamarati Norte.

Fonte Midia News

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