Suspeitos eram investigados por desvios e tentaram incriminar prefeito de Nova Bandeirantes
Sete pessoas identificadas nas investigações do incêndio da Prefeitura de Nova Bandeirantes foram presas, nesta terça-feira (13), na operação “Círculo de Fogo”, da Polícia Judiciária Civil, coordenada pelos delegados Vinícius de Assis Nazário e o delegado Flávio Henrique Stringueta.
São cinco presos em Nova Bandeirantes, um em Cuiabá, e um que teve o mandado de prisão cumprido no Presídio Osvaldo Florentino (Ferrugem), em Sinop.
Duas advogadas (N.A.B.S., 33, e C.O. 39) e um contador (F.R.S., 38), estão entre os presos, que tiveram mandados de prisão temporária cumpridos nesta manhã na cidade de Nova Bandeirantes. Os três e mais o vigilante (A.F.S, 51), que trabalhava na prefeitura na ocasião do incêndio e que também foi preso, passam por interrogatórios na Delegacia da Polícia.
Outros presos são: K.A.B. (que tinha cargo de controladora interna na Prefeitura e foi presa em Cuiabá), J.T.G., (técnico em telecomunicações) que foi contratado para por fogo na prefeitura e réu confesso do crime. Ele subcontratou para o serviço K.M., 35, (Lebrão ou Gaucho), que está preso em Sinop. Este atuou junto com Juliano Rocha de Oliveira, que foi assassinado em maio deste ano, por ligação com o tráfico de drogas.
Os presos vão responder por associação criminosa e dano qualificado por emprego de fogo. Os mandados de prisão temporária foram expedidos pelo Juízo da Comarca de Nova Monte Verde, após representação das duas autoridades policiais, nomeadas delegados especiais para a investigação.
O incêndio
O incêndio na Prefeitura de Nova Bandeirantes ocorreu no dia 2 de outubro de 2017, doze dias após a deflagração da operação “Loki”, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz). Mas o crime não tem nada a ver com a operação da Defaz. Veja mais sobre a operação Loki.
Após a operação Loki, a Prefeitura sofreu o incêndio por volta das 3 horas da madrugada do dia 2 de outubro, que destruiu boa parte do órgão e objetos internos, como computadores e documentos. A intenção era destruir documentos do Departamento de Compras, local onde o incêndio iniciou.
Mandantes
As duas advogadas, a controladora interna e contador da Prefeitura eram investigados em procedimento interno na Prefeitura de Nova Bandeirantes.
Nas investigações do incêndio, a controladora interna da Prefeitura (K.A.B) e as advogadas (N.A.B.S. e C.O) são apontadas como mandantes do incêndio. Elas tinham interesse em destruir documentos e acusar o prefeito Valdir Rio Branco do incêndio, para se livrarem de um procedimento administrativo (PAD), que respondiam internamente na Prefeitura.
A advogada (K.A.B) e contador (F.R.S) estavam envolvidos em um esquema de desvio de dinheiro no pagamento de serviços diversos da Prefeitura, via a emissão de Notas de Autorização de Despesas. “Seria pagamentos referentes à licitação, e outros como pagamento diárias de cursos”, disse o delegado Vinicius Assis Nazário.
O delegado Flávio Henrique Stringueta, disse que usaram a operação como pano de fundo para encobrir as fraudes que os ex-funcionários eram investigados administrativamente, buscando acusar o prefeito de colocar fogo na prefeitura, tanto com intuito de destruir possíveis documentos objetos da operação da Defaz, quanto o processo administrativo, a qual respondiam internamente.
“Elas acreditavam que com a operação Loki e o incêndio, isso derrubaria o prefeito”, disse Stringueta. “Vamos ainda realizar algumas diligências de cunho cartorário e devemos finalizar essa investigação”, acrescentou o delegado Vinícius Nazário.
A Defaz informou que o incêndio não prejudicou a investigação da unidade, em razão dos documentos, de interesse da apuração, terem sidos arrecadados na ocasião dos cumprimentos de mandados de buscas.
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