Delegado garante que Ana Cristina Feldner não cederá às pressões ou intimidações
O delegado Flávio Stringueta afirmou que poderá retornar às investigações dos grampos ilegais em Mato Grosso quando melhorar seu quadro de saúde, caso a delegada Ana Cristina Feldner queira. Stringueta ainda elogiou a escolha da delegada para ser a nova responsável por presidir as apurações sobre as interceptações telefônicas criminosas.
Stringueta foi escolhido pelo desembargador Orlando Perri, responsável por conduzir o caso dos grampos no âmbito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, para realizar as apurações sobre o caso. As investigações envolveram pessoas com prerrogativa de foro e outras que não possuem tal benefício. Porém, o delegado deixou as apurações em meados de julho, para fazer tratamento contra a doença de Crohn, que é crônica e autoimune. Desde que deixou a função, as apurações sobre o caso estavam sem titular.
Stringueta chegou a indicar o delegado Marcelo Torhacs, da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, para assumir as apurações. Porém, o delegado não aceitou assumir as apurações. Nos bastidores, comentou-se que a Secretaria de Estado de Segurança Pública estaria impedindo que os delegados do Estado assumissem tal função. Porém, o chefe da pasta, Rogers Jarbas, negou qualquer tipo de tentar obstruir as apurações do caso.
Diante da negativa de Torhacs, o desembargador Orlando Perri designou a delegada Ana Cristina Feldner para assumir as funções, na semana passada. Ela assumiu as apurações do caso nesta segunda-feira (31), junto com o delegado Fabiano Pitoscia.
Por meio de seu Facebook, na manhã desta segunda-feira, Stringueta comentou sobre a nova chefe das investigações sobre as interceptações clandestinas. Ele elogiou a colega, com quem já trabalhou no GCCO (Grupo de Combate ao Crime Organizado) e afirmou que, caso ela queira, poderá retornar às apurações, posteriormente, quando encerrar o tratamento de saúde.
“A minha colega e amiga Ana Cristina Feldner irá assumir as investigações dos grampos no meu lugar até que eu me restabeleça. Caso ela queira, voltarei para auxiliá-la assim que minha saúde melhorar. Tenho grande admiração pelo trabalho dela e sei que irá fazer um trabalho melhor do que o meu. A sociedade mato-grossense merece isso”, escreveu.
No texto, o delegado frisou que as apurações da PJC também envolveu pessoas com prerrogativa de foro, “mesmo porque é por isso que as investigações correm no TJ/MT”.
Ele ainda reiterou afirmações feitas pela delegada na manhã desta segunda-feira, quando ela declarou que não tem medo de possíveis pressões que possa sofrer de algumas entidades. Stringueta chegou a declarar, enquanto presidia as apurações, que o procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, o intimidou por meio de um ofício no qual afirmou que o membro da PJC poderia ser enquadrado nos crimes de usurpação de função e improbidade administrativa, por conta das apurações envolver pessoas com prerrogativa de foro. “Uma delegada de coragem, aguerrida, sem receio de incomodar uns e outros, com a intenção de apenas levar à sociedade as verdades dos fatos”, frisou Stringueta.
Por fim, o delegado parabenizou o desembargador Orlando Perri e o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi, pela escolha de Ana Cristina para presidir o inquérito policial.
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