Rogers Jarbas e Paulo Taques foram detidos na quarta-feira, durante "Operação Esdras"
O deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) está dividindo uma cela do Centro de Custódia de Cuiabá com o secretário estadual de Segurança Pública, Rogers Jarbas, com o ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques, que é primo do governador Pedro Taques (PSDB), e com o ex-vereador João Emanuel, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos
Fabris está preso há duas semanas por suspeita de obstrução da Justiça na Operação Malebolge, da Polícia Federal. No pedido de prisão feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria Geral da República (PGR) argumenta que há indícios de que ele tenha tomado conhecimento da operação e deixado a casa às pressas antes da chegada dos agentes da PF na casa dele para o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
As câmeras de segurança do prédio onde ele mora mostram o parlamentar descendo o elevador do prédio às 5h34 do dia 14 - data da operação, de pijama e chinelo, e com uma mala pequena nas mãos, segundo a decisão do ministro do STF Luiz Fux, que determinou a prisão dele. A maleta, de acordo com a PGR, poderia conter documentos de interessa da investigação, além de dinheiro.
Já Jarbas e Paulo Taques foram presos na quarta-feira (27) durante a Operação Esdras, da Polícia Civil, que investiga um plano para tentar prejudicar as investigações sobre os grampos. A operação surgiu após depoimento do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atua como escrivão no inquérito policial militar que apura o esquema dos grampos. Ele revelou os nomes de novos supostos integrantes do grupo criminoso.
A cela em que eles estão é chamada de Sala de Estado Maior, que é destinada a advogados.
Na Operação Esdras, também foram presos o secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira; o coronel da PM Evandro Alexandre Lesco; a mulher de Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco; o sargento João Ricardo Soler e o empresário José Marilson.
Segundo a Sejudh, Helen Lesco está sozinha numa cela na Penitenciária Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, por ter curso superior. O coronel Lesco está no 3º Batalhão da Polícia Militar e o coronel Siqueira na Academia da PM no Bairro Costa Verde, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
O sargento João Ricardo Soler está preso no Batalhão da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam) e o major Michel Ferronato, no Batalhão de Operação Especiais (Bope).
Essa é a segunda vez que Paulo Taques divide cela com o ex-presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel, que está preso há um ano após ter sido condenado por desvio de dinheiro da Casa de Leis. No mês passado, Taques foi preso por suspeita de ordenar grampos clandestinos operados por policiais militares do estado. Ele foi solto após passar uma semana preso.
João Emanuel já possui duas condenações. Em dezembro do ano passado, foi condenado a 18 anos de prisão por fraude em licitação e desvio de dinheiro no período em que presidiu o Legislativo e, em setembro deste ano, a mais de oito anos de prisão por desvio de verba da instituição, lavagem de dinheiro e peculato - que é a apropriação de recursos públicos no exercício do cargo público.
No Centro de Custódia, os presos podem receber visitas de familiares e amigos, devidamente credenciados, às quartas-feiras e aos domingo. Eles têm direito a três refeições diárias: café, almoço e jantar, e a banho de sol cinco vezes por semana.
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