Ex-comandante da PM de MT é suspeito de guardar provas dos grampos em casa

Coronel José Renato Martins da Silva teria ligações com o ex-secretário Paulo Taques
Ex-comandante da PM de MT é suspeito de guardar provas dos grampos em casa

O coronel aposentado da Polícia Militar de Mato Grosso, José Renato Martins da Silva, que foi comandante da geral da corporação no governo Dante Oliveira (já falecido), é apontado como suspeito de dar apoio a organização criminosa que instalou os grampos clandestinos em Mato Grosso e que estava tentando interferir nas investigações. A suspeita do envolvimento do oficial foi citada pelo desembargador Orlando Perri em decisão que determinou a "Operação Esdras".

Na ocasião, foram presos o ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques, o ex-secretário de segurança pública Rogers Jarbas, o ex-secretário Airton Siqueira, o major Michel Ferronato, o sargento João Ricardo Soler, o empresário José Marilson, o ex-chefe da Casa Militar Evandro Lesco e a sua esposa, a personal trainer Heles Christy Lesco, no último dia 27 de setembro. Destes, apenas José Marilson foi solto após colaborar com as investigações.

O advogado do coronel Lesco, Marciano Xaxier Neves que também teve um mandado de prisão pagou uma fiança de dez salários mínimos - cerca de R$ 9,5 mil - e nem chegou a ser detido. Conforme o magistrado, o coronel José Renato é da mesma loja maçônica de Paulo Taques e estaria dando apoio a organização criminosa.

Perri admite que o militar reformado pode estar guardando provas e documentos. “Segundo relatório de Inteligência, o coronel aposentado José Renato Martins da Silva é da mesma loja maçônica de Paulo Taques e que estaria dando todo apoio a organização criminosa, inclusive guardando documentos e provas para proteger a organização criminosa em sua casa”, diz o trecho da decisão.

Segundo o magistrado, os investigados podem ter desviado provas para serem guardadas por pessoas de confiança. "A necessidade de buscas, também, se espraia para qualquer tipo de provas que possam acrescentar ou corroborar as já existentes. É preciso mesmo perscrutar provas que possam estar em poder dos investigados e até mesmo de terceiros, importantes para as investigações", afirma.

BUSCA

Policiais civis, no mesmo dia em que cumpriram os mandados de prisões, estiveram na residência do coronel José Renato Martins, no bairro Consil, em Cuiabá, cumprindo um mandado de busca e apreensão. No local, eles recolheram documentos que estão sendo analisados.

A "Operação Esdras" apura uma suposta interferência nas investigações do caso conhecido como “grampolândia pantaneira”, em que escutas telefônicas ilegais foram feitas nos primeiros anos do mandado do governador Pedro Taques (PSDB). Na última quarta-feira, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Mauro Campbell, retirou a investigação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que estava nas mãos do desembargador Orlando Perri.

Campbell atendeu um pedido do governador Pedro Taques. Agora, ele analisará os inquéritos e também se mantém ou não a prisão de nove pessoas suspeitas de comandarem os esquemas de grampos telefônicos.

Fonte Folha Max

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