Cidade dos Emirados Ãrabes é conhecida por ser um paraÃso fiscal
O deputado estadual Baiano Filho (PSDB) deu um “apelido” a propina que receberia das mãos de Silvio Corrêa, ex-chefe de Gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). De acordo com os depoimentos de colaboração premiada do ex-chefe do Executivo, ele teria chamado o dinheiro ilícito de “Dubai” – a cidade high tec dos Emirados Árabes Unidos, no Oriente Médio, e que também é conhecida por ser um “paraíso fiscal”.
A informação consta dos depoimentos de colaboração premiada que Silval Barbosa prestou à Procuradoria Geral da República (PGR) e homologadas pelo Ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto deste ano. Transcrições do vídeo em que Silvio entrega o dinheiro para o parlamentar também comprovam o "apelido" para a suposta propina.
“Em um dos trechos gravados, José Joaquim de Souza Filho (Baiano Filho) chama a propina de ‘Dubai’ e pede para que Silvio seja ‘verdadeiro’ em relação à data que ele receberá a vantagem indevida”, diz trecho da delação.
De acordo como depoimento, Baiano pede a Silvio Corrêa “Me dá o Dubai lá, vinte, pelo menos”. O ex-chefe de Gabinete de Silval, por sua vez, responde “eu não tenho agora”, conforme transcrição do diálogo:
“Baiano Filho: Me dá o do Dubai lá, vinte, pelo menos pra...
Silvio Correa: Eu não tenho agora. Juro pro’cê. Esse ano eu te arrumo [...] Eu não posso mexer senão chega um (incompreensível)
Baiano Filho: Uhm”.
Baiano Filho foi um dos deputados estaduais que apareceram nas imagens veiculadas numa matéria do Jornal Nacional do dia 24 de agosto de 2017. A reportagem apresentou o que seria uma suposta entrega de propinas aos deputados estaduais por Silvio Corrêa a mando de Silval Barbosa. A ação foi filmada por uma câmera que estava oculta no gabinete de Silvio.
Numa outra reportagem, também exibido pelo principal programa jornalístico da Rede Globo, Baiano Filho aparece reclamando para Silvio Corrêa que Silval Barbosa teria lhe prometido R$ 1,8 milhão. Ao receber a negativa do ex-Chefe de Gabinete, o deputado estadual indagou: “Esse povo não cumpre o que fala?”.
De acordo com os depoimentos de colaboração premiada de Silval Barbosa, o parlamentar era um dos deputados estaduais que recebiam uma espécie de “mensalinho” do Poder Executivo para não criar “barreiras” na implementação e execução de projetos importantes para o Palácio Paiaguás, como o MT-Integrado. Baiano, porém, ao contrário de outros parlamentares não recebe o dinheiro.
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