Ex-prefeito de Cuiabá adere ao DEM, fará o anúncio da candidatura até abril e deve polarizar disputa com Taques, que teme fritura no PSDB e quer ir para PPS
Empolgado pelo apoio já declarado do senador licenciado e ministro Blairo Maggi (Agricultura), o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes vai aderir ao DEM, numa "costura" reforçada pela cúpula nacional, e será mesmo candidato a governador.
Este Blog apurou que a ruptura com o governador Pedro Taques, que voltou a avaliar a hipótese de deixar o PSDB e aderir ao PPS, deve acontecer entre março e abril.
A tendência é da corrida ao Palácio Paiaguás se polarizar entre Mauro e Taques. Mas, se conseguir nos próximos 90 dias a homologação da aposentadoria como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Antonio Joaquim também entrará no páreo. Nesse caso, se filiaria ao PTB e na expectativa de se tornar uma terceira via.
Com três ou quatro candidaturas fortes e sem ninguém com ampla vantagem nas intenções de voto, a briga pela cadeira de governador caminhará para um inédito segundo turno.
Buscando encontrar um abrigo seguro e capaz de consolidar o projeto majoritário, Mauro e seu porta-voz nas articulações, deputado Fabio Garcia, já se reuniram como o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, principal liderança nacional dos Democratas. Acertaram que o grupo do ex-prefeito assumirá o comando do DEM no Estado. Os irmãos Júlio e Jayme Campos concordaram com essa "amarração", desde que o primeiro tenha espaço para disputa ao Senado e, Júlio, a deputado estadual.
Para o partido, é importante não só lançar candidatura própria ao governo como também eleger uma boa bancada na Câmara e, nessas articulações, vai ganhar dois federais: Fábio e Adilton Sachetti. A engorda da bancada reflete no aumento do tempo de tv no horário eleitoral e também no fundo partidário.
A estratégia de Mauro, inclusive orientado por Blairo, que está filiado ao PP, é de não anunciar por agora que será candidato à sucessão estadual. Enquanto permanecer "no muro", ganha-se trégua. Nessa linha, segue numa posição confortável de ser lembrado como opção ao Paiaguás mesmo sem fazer pré-campanha, não se indispõe com ninguém e leva Taques em banho-maria. Entende-se que os apoios pró-Mauro surgem naturalmente por causa da rejeição elevada ao nome do governador tucano.
Se pôr a cara agora, Mauro, que já concorreu ao governo em 2010 e perdeu para Silval Barbosa, levará bicada do governador. Mas o tucano já desconfia das intenções do "aliado" que deve ser seu principal adversário. Teve mais certeza ainda após colocar emissários para sondar o ex-prefeito de Cuiabá.
Pela reeleição
Disposto a buscar a reeleição, Taques trabalha em três frentes. Primeiro, luta para se viabilizar, acreditando na queda dos índices de rejeição, sob discurso de casa arrumada, de alguns feitos e de que não pôde fazer mais por causa da crise financeira.
Segundo, quer garantia partidária e, por isso, não descarta deixar o ninho tucano, onde perdeu apoio da maioria dos membros da Executiva e enfrenta briga fraticida com Nilson Leitão, e, por isso, se articula com a direção nacional do PPS para abrigar tanto ele quanto todo o seu grupo, incluindo secretários e eventuais candidatos proporcionais. Terceiro, se movimenta para desconstruir projeto de possíveis adversários, como de Mauro e de Antonio Joaquim.
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