Audiência dos grampos retomam dia 20

processo que tem como réus 5 militares acusados de envolvimento no esquema de interceptação telefônica ilegal que ficou conhecido como “grampolândia pantaneira”.
Audiência dos grampos retomam dia 20

O juiz Murilo Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal Militar dará continuidade, no próximo dia 20, às 8h30, à audiência de instrução no processo que tem como réus 5 militares acusados de envolvimento no esquema de interceptação telefônica ilegal que ficou conhecido como “grampolândia pantaneira”. São eles: os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista e o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior.

Conforme consta na pauta de julgamento, estão previstos os interrogatórios das testemunhas de acusação Jorge Alexandre Martins Ferreira, do 2º sargento da Polícia Militar João Ricardo Soler e do empresário José Marilson da Silva. Este atuava na Simples IP e prestou serviço à central de escutas telefônicas que funcionou na região central de Cuiabá. João Ricardo Soler foi quem, por ordem do coronel Lesco, inseriu uma câmera espiã na farda do escrivão José Henrique Costa Soares, que trabalhava no inquérito policial militar dos grampos, para que este gravasse imagens do desembargador Orlando Perri, então relator do processo, para que posteriormente fosse pedida a suspeição do magistrado.

Soler e Marilson chegaram a ser presos na operação Esdras, deflagrada em 27 de setembro do ano passado, pela Polícia Civil, quando também foram presos os ex-secretários de Estado coronel Airton Benedito Siqueira Júnior (Justiça e Direitos Humanos), Rogers Elizandro Jarbas (Segurança Pública), Evandro Lesco (Casa Militar) e Paulo César Zammar Taques (Casa Civil), além do major Michel Ferronato e da personal trainer e esposa do coronel Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco. Todos eram acusados de tentar atrapalhar as investigações ligadas aos grampos ilegais.

Na semana passada, foram interrogadas 9 testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público Estadual (MPE), entre 6 civis e 3 militares, sendo pessoas ligadas à denúncia, que foram grampeadas, que prestaram serviços à central de escutas telefônicas ou mesmo participaram dela.

Naquela ocasião, ainda foram julgados os pedidos de revogação de prisão do coronel Zaqueu Barbosa e do cabo Gerson Corrêa. O primeiro conseguiu substituir a cadeia pela prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica e o segundo permaneceu preso, já que os juízes que compõem o conselho especial de justiça vislumbraram maior participação dele no caso.

Também foram analisados pedidos de revogação de medidas cautelares cumpridas por Evandro Lesco e Ronelson de Barros, que estão proibidos de sair de casa à noite e integralmente nos feriados e finais de semana, além de não poderem deixar a cidade, ter contato com outros investigados e entrar em órgãos públicos. Tais penas, impostas pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell, antes do desmembramento do processo, ficaram mantidas no último julgamento.

O caso estava nas mãos do ministro desde o final e setembro de 2017, a pedido do governador Pedro Taques (PSDB), que passou a ser investigado após denúncia do promotor de Justiça Mauro Zaque, que aponta que os grampos ilegais serviram para interesses de membros da cúpula do governo e ainda que o governador cometeu prevaricação ao deixar de tomar providências quando foi informado da existência de “barriga de aluguel” por parte de militares em ações judiciais e que tinham como vítimas políticos de oposição, advogados e jornalistas, entre outras pessoas.

Fonte Gazeta Digital

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