Ministério Público deve se posicionar nas próximas horas a respeito de onde recém-nascida deve ficar
A recém-nascida indígena que foi enterrada viva pela avó e bisavó, em Canarana (838 km de Cuiabá), teve melhora em seu quadro e já deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia da Capital. Segundo a assessoria de imprensa da unidade médica, ela já está em condição de receber alta hospitalar.
No entanto, a direção do hospital aguarda um posicionamento do Ministério Público Estadual (MPE) sobre para onde a menina deve ser direcionada.
Isso porque a bebê foi enterrada viva pela avó e bisavó no quintal de casa, o que inviabilizaria seu retorno para o lar.
A mãe, uma indígena de 15 anos, teria dado à luz no dia 5 de junho. No mesmo dia ela foi internada e no seguinte transferida para a Capital.
Agora a recém-nascida está sob tutela do Estado. O MPE atua no caso por meio da Promotoria da Infância.
Quadro médico
A menina apresentou melhora nos últimos dias. Antes, porém chegou a correr risco de morrer, após ter ficado por cerca de 7 horas soterrada.
Ela ainda apresentou infecção generalizada, distúrbio de coagulação e uma hemorragia digestiva - que exigiu transfusão de sangue.
"Costume da etnia"
No local, a bisavó confirmou o ato, dizendo que a criança teria nascido morta por ser prematura. Ela alegou que não comunicou a ninguém por ser este um "costume da etnia".
Uma enfermeira da Casai (Casa de Saúde do Índio), ao assumir o expediente, soube do caso e avisou a polícia e o chefe da unidade.
O local foi isolado pela equipe policial para o trabalho da perícia técnica. Mas, ao escavarem, os policiais ouviram o choro do bebê.
No decorrer das investigações da Polícia Civil, foram colhidos depoimentos que apontaram que a família não aceitava a gravidez pelo fato de a adolescente ser mãe solteira.
A bisavó da criança está presa, e responde a um processo por ter articulado todo o processo para tentar matar a criança.
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