Atualmente, 5.942 pessoas estão em tratamento para a cura da hanseníase, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Ses-MT).
Em apenas um ano, o número de casos de hanseníase cresceu 20,82% em Mato Grosso, que é considerado há anos o Estado com o maior índice da doença. A taxa de descoberta, em 2017, foi de 105,2 casos por 100 mil habitantes com registros de 3.477 casos novos da doença. Já em 2018, foram registrados 4.201 novos casos, com 125,6 casos por 100 mil habitantes. Atualmente, 5.942 pessoas estão em tratamento para a cura da hanseníase, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Ses-MT).
Doença silenciosa, crônica e que causa incapacitação, a hanseníase é infectocontagiosa sendo transmitida pelo ar, geralmente em ambientes fechados e pela proximidade e contato prolongado. Mesmo sendo uma doença típica de local tropical, o médico dermatologista Igor Bottura acredita que a hiperendemia se alastra devido a deficiência da saúde pública, uma vez que o tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "A endemia está fora de controle por falta da atenção e negligência do poder público", afirma.
Se detectado precocemente, em 6 meses o paciente pode ser totalmente curado. Porém a doença pode levar até 7 anos para se manifestar. Bottura afirma que são raros os casos em que a hanseníase leva a morte, mas que o principal problema é a incapacidade física que ela causa. "As pessoas perdem a sensibilidade da mão, força muscular das pernas, podem ficar cegas ou até mesmo adquirir deformidade nas extremidades do corpo, deixando as pessoas limitadas", explica.
Os sinais típicos da doença são manchas claras ou avermelhadas, falta de sensibilidade pontual ao quente ou gelado, dormência nas mãos, braços e pés e a perca da força nas pernas.
Todo o último domingo do mês de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, marcado também por ações de enfrentamento e conscientização do tratamento da doença através da campanha Janeiro Roxo. Para o médico, a ação vem de encontro a desconstrução do preconceito tido com a enfermidade mais antiga da humanidade, que era conhecida como lepra.
"Esta campanha é muito importante para a conscientização da população a buscar a prevenção e tratamento, para que futuramente não só o nosso estado, mas o país possa sair dessa lista negra da hanseníase. Há que se fazer esclarecer sobre a doença para acabar com o preconceito e isolamento dessas pessoas. A transmissão da hanseníase não ocorre pelo contato físico, não é pelo beijo ou abraço", explica ao frisar o sofrimento causado pelo preconceito às pessoas com a doença.
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